Fundos de private equity, hoje restritos a investidores profissionais ou no máximo qualificados, começam a ser distribuídos a clientes com tíquete mais baixo | Foto: Getty Images (Stock Exchange/Divulgação)
Marcelo Sakate
Publicado em 16 de dezembro de 2021 às 06h00.
Uma das principais tendências no setor financeiro nos últimos anos tem sido o financial deepening, expressão que traduz o aumento da diversidade e da sofisticação de produtos ao alcance do brasileiro.
No mercado de capitais, esse fenômeno é ainda mais evidente, na medida em que ativos que antes estavam fora do alcance do investidor médio deixam de ficar inacessíveis. É o caso dos chamados investimentos alternativos ou ilíquidos, ou seja, com menor liquidez, mas nem por isso menos atraentes.
Fundos de private equity deverão ganhar espaço nas carteiras dos brasileiros em 2022, em linha com uma preferência mais consolidada entre investidores profissionais, no Brasil e em outros mercados.
São fundos especializados em comprar participação em empresas de capital fechado, ou até aberto, mas com uma seleção criteriosa para que sejam aportes de longo prazo. Em muitos casos, com oportunidades que casam rentabilidade potencial elevada e risco limitado, dado que são empresas em estágio mais avançado de maturidade do que as que recebem aportes de fundos de venture capital, por exemplo.
Essa mudança, segundo especialistas, acompanhará uma combinação entre o aumento da oferta por gestoras especializadas e o amadurecimento do investidor com o entendimento de que, em busca de boas oportunidades de rentabilidade, faz sentido abrir mão de liquidez de curto prazo. E pode ganhar um empurrão dos reguladores, uma vez que a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) estuda reduzir as barreiras de acesso a esse produto.