Caio Alves Paulino, da Pimenta e Cravo: “Tive a chance de repensar a vida” (Renato Groovero/Divulgação)
Repórter
Publicado em 23 de janeiro de 2025 às 06h00.
O paulista Caio Alves Paulino passava mais tempo no aeroporto do que em casa. Designer, ele ganhava a vida decorando shoppings pelo Brasil. Para aguentar a rotina um tanto quanto intensa, chegava a tomar dez energéticos por dia. O corpo não aguentou.
Aos 31 anos, o desgaste culminou num AVC e no diagnóstico precoce de dois cânceres de tireoide em 2019. “Foi uma chance de repensar a vida”, diz. E, então, chegou a pandemia. Curado, passou o primeiro ano em casa, enquanto os eventos e atividades externas eram adiados.
Quando surgiu a chance de retomar o trabalho em shoppings, em 2021, Paulino percebeu que não conseguiria voltar ao ritmo antigo. A opção foi deixar de ser funcionário para tocar o próprio negócio. Decidido, comprou móveis de uma empresa de decoração falida e fundou a Pimenta e Cravo ao lado de seu melhor amigo da época do Exército.
O negócio começou focado na locação de móveis para festas e casamentos, mas a paixão de Paulino por design o levou a oferecer serviços de decoração. A primeira festa foi vendida por 1.200 reais, e uma publicação da decoração no Instagram trouxe os próximos clientes. “Do mesmo jeito que a Apple não vende iPhone, nós não vendemos festas, e sim fotos e memórias”, diz.
Com dedicação incansável — ele atende noivas até em feriados —, o designer viu o negócio crescer rapidamente, praticamente dobrando de tamanho ano após ano. Já foram 140 eventos realizados, num faturamento de 1,8 milhão de reais.
Apesar de ainda se considerar um workaholic, Paulino admite que hoje consegue equilibrar melhor a rotina. Agora viaja bem menos, tem dias livres durante a semana e, veja só, bebe apenas um energético por dia.