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Petróleo, gás e químico

Comgás, Ultragaz e Vibra Energia são destaques da categoria Petróleo, Gás e Químico no Melhores do ESG 2023

 (Leonardo Yorka/Exame)

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Paula Pacheco
Paula Pacheco

Jornalista

Publicado em 14 de junho de 2023 às 06h00.

Comgás

O ano de 2022 não foi marcado apenas pela mudança de endereço — de um prédio histórico na região central de São Paulo para um dos andares do Edifício Birmann 32, apontado como o mais sustentável da América Latina. Antônio Simões, CEO da Comgás, conta que o tema da sustentabilidade tem conseguido evoluir entre os colaboradores muito além “de um cartaz na parede”, como mostrou uma pesquisa de clima feita recentemente. 

“A dedicação de algumas pessoas tem motivado a adesão de outras a essa pauta”, diz. O envolvimento nas ações ligadas ao conceito ESG passa por todas as camadas da companhia — desde o time que faz o trabalho de campo até a presidência, as diretorias e o conselho. 

Ao trazer o ESG para sua estratégia de negócio, a companhia tem conseguido evoluir em algumas frentes, como a da diversidade. Hoje, por exemplo, 43% da liderança é feminina, 54% é formada por grupos minorizados e 50% da diretoria é composta de mulheres. 

No ano passado, a empresa decidiu incorporar o tema do etarismo e dar atenção também às profissionais com mais de 40 anos, a faixa chamada de 40+. Para isso, a Comgás lançou um programa de recrutamento de mulheres cis e trans formadas em cursos superiores de bacharelado, licenciatura ou tecnólogo. Foram oferecidas dez vagas, e a iniciativa contou com 4.000 inscritas. 

“Para nós foi um aprendizado. Sabemos que a maternidade ou o empreendedorismo muitas vezes afastam as mulheres do mercado de trabalho. O programa mostrou que há muita gente apta no mercado. Agora estudamos a possibilidade de expandir também para os homens acima dos 40 anos”, conta o CEO. 

Além do olhar para as mulheres que passaram pela universidade, a Comgás tem olhado para quem não teve oportunidade de estudar. Cerca de 100 mulheres já fizeram cursos de formação e se tornaram gasistas. Esse, por sinal, era um assunto que intrigava Simões. A empresa tinha apenas uma mulher instalando aparelhos e fazendo manutenção. Com a qualificação, o CEO espera que essa realidade mude. 

Depois de olhar para dentro e se esforçar para tornar a empresa mais diversa, a Comgás aposta na transição energética. Uma das estratégias é diminuir a participação do gás natural, de origem fóssil, para agregar ao negócio o biometano, que além de estar inserido na economia circular, com o uso de resíduos para a produção de energia, permite a descentralização da geração.  

No ano passado, um contrato entre a Raízen e a Scania definiu o fornecimento de biometano para a unidade da montadora em São Bernardo do Campo, no ABC paulista, com a Comgás, que ficou responsável pela distribuição do produto. O combustível é produzido de resíduos da cana-de-açúcar. 

A descarbonização da frota pesada de veículos do país — responsável por uma boa parcela das emissões de dióxido de carbono — também é um negócio promissor, avalia Simões. Segundo o executivo, o caminhão e o ônibus a gás se mostraram viáveis. A empresa já tem uma parceria com a montadora Scania. 

“Nos dois tipos de veículo o custo de operação com o uso do gás natural se mostra competitivo, por isso acreditamos que haverá evolução no processo de descarbonização”, diz. A substituição do diesel pelo gás natural reduz em 20% a pegada de carbono e em cerca de 90% as emissões de partículas.

Paula Pacheco 


Ultragaz

A decisão de ter a sustentabilidade e o conceito ESG como pilares estratégicos foi tomada pela direção da distribuidora de gás Ultragaz há três anos. O movimento  recente, mas a empresa tem buscado avançar em diferentes frentes para recuperar o tempo perdido e se posicionar rapidamente.

No ano passado, a Ultragaz reduziu em 7% suas emissões de gases de efeito estufa (GEE) no escopo 1, graças à migração de 97% da frota de veículos leves para o etanol. Já para o escopo 2, foram adquiridos certificados internacionais de energia renovável (I-RECs), o que permitiu a neutralização das emissões. Mais recentemente, a Ultragaz decidiu testar dois caminhões elétricos e um caminhão movido a gás da frota envasada para avaliar a performance e a possibilidade de migração da frota pesada.  

Além de atuar na busca por melhorias ambientais, a Ultragaz investe na capacitação dos profissionais. Assim, a companhia espera tornar mais fácil a mudança cultural na empresa e melhorar a segurança e a performance operacionais próprias e terceirizadas. Ainda em relação ao público interno, foi criado um comitê para desenvolver o tema da diversidade, equidade e inclusão, estimulando o engajamento de colaboradores para que cresçam na empresa e participem da formulação de estratégias.

Paula Pacheco 


Vibra Energia

A área de ESG foi estruturada na Vibra Energia, dona dos postos BR, com a ajuda de uma consultoria internacional, no segundo semestre de 2021. No primeiro trimestre do ano passado a Agenda ESG já estava pronta, com a participação de líderes e colaboradores, sob aprovação do conselho de administração. 

Ernesto Pousada, CEO da Vibra Energia, conta que o novo posicionamento, como empresa de energia, foi determinante na decisão de reforçar os atributos ESG. A agenda é voltada para temas como transição energética, mudança do clima, gestão ambiental e segurança, diversidade e inclusão, governança corporativa, gestão de riscos ESG e transparência. 

O CEO afirma que, antes de ser um desafio, o tema ESG é encarado como oportunidade para o negócio. Com a implantação da agenda ESG, a empresa definiu planos de ação e metas específicas para indicadores ambientais, sociais e de governança desdobradas para várias áreas. As metas também foram vinculadas à remuneração variável de gestores e equipes. Entre elas, o compromisso de neutralizar as emissões de escopo 1 e 2 até 2025, com foco na redução de emissões das unidades operacionais e administrativas. 

Em 2022, A Vibra Energia buscou investir na gestão das áreas que dão suporte à governança corporativa, com a criação de um sistema de gestão de integridade que congrega dados e ações das áreas de ouvidoria, governança, controles internos, riscos, conformidade e ética, em uma plataforma tecnológica de fácil acesso. Para 2023, Pousada acredita que o grande desafio sob o aspecto da integridade e governança é o monitoramento das empresas investidas.

Paula Pacheco 

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