Ilustração: Denis Freitas /
Juliana Estigarribia
Publicado em 23 de abril de 2020 às 05h00.
Última atualização em 12 de fevereiro de 2021 às 14h36.
Um dos impactos mais marcantes do novo coronavírus é a transformação acelerada do mercado de trabalho, principalmente com a adoção de home office. Companhias de diversos setores relatam dificuldades para implementar esses novos processos, mas como isso está sendo feito na maior empresa do Brasil? Na Petrobras, que tem 47.000 funcionários diretos, a tarefa tem sido um enorme desafio. “Tivemos de antecipar o projeto de digitalização da companhia para nos adequar à quarentena”, afirma Nicolas Simone, diretor executivo de transformação digital e inovação da Petrobras. Desde o início da pandemia, em meados de março, a empresa já colocou mais de 20.000 funcionários do setor administrativo em home office. Nas plataformas, o trabalho continua normalmente, com medidas de segurança para evitar a contaminação pela covid-19, exceto em águas rasas. No dia 15 de abril, a Petrobras anunciou a paralisação de 62 plataformas nesses campos — 80% delas não são habitadas. A medida faz parte da estratégia de cortes de produção para enfrentar a crise que se instalou no setor pela baixa demanda e pelo excesso de oferta.
De acordo com Simone, a adoção de home office em tão pouco tempo só foi possível porque a Petrobras já havia iniciado um projeto de transformação digital em outubro do ano passado (veja quadro ao lado). Mas o maior desafio que a companhia deve enfrentar neste período — e certamente no futuro — é a segurança de dados. A estrutura montada durante a pandemia permite acesso remoto via rede privada virtual (VPN, na sigla em inglês) e suporta até 40.000 acessos simultâneos. Para facilitar processos e desafogar a rede, alguns serviços são feitos diretamente na nuvem, passando por um autenticador para garantir a segurança dos dados. “Estamos vivendo uma transformação digital acelerada”, diz Simone. “O mais importante para a companhia e para a sociedade é tirarmos uma lição positiva desta crise.”