Rogério Cavalcante, CEO da Umgrauemeio: “Dedico meu tempo para não correr atrás do tempo no futuro” (Mario Marques/Divulgação)
Repórter de Negócios
Publicado em 18 de outubro de 2024 às 06h00.
O paulista Rogério Cavalcante se define como um empreendedor serial. Teve de consultoria sobre licitação pública a negócios em logística e em equipamentos para festas. No final de 2018, decidiu vender tudo para focar seu tempo numa única empreitada: a Umgrauemeio.
A climate tech usa câmeras de alta resolução para encontrar focos de incêndio em menos de 3 segundos. A tecnologia monitora mais de 17,5 milhões de hectares atualmente, entre florestas, áreas nativas e lavouras.
Isso porque, no entendimento do empreendedor, ao capturar um foco no seu início, a chance de apagá-lo antes de virar um incêndio de verdade é muito maior. “Quanto mais rápido você detecta um princípio de incêndio, menor vai ser o esforço de combate”, diz. “Não vamos ter como evitar os focos de incêndio, eles vão ocorrer. Precisamos evitar que o foco se torne incêndio.”
O negócio, cujo nome é uma referência à meta global de limitar o aquecimento do planeta a 1,5 grau Celsius, atende principalmente produtores da silvicultura e da indústria da cana-de-açúcar, preocupados com os danos de incêndios em seus negócios.
Há também empresas que contrataram os serviços da Umgrauemeio em suas frentes de ESG, como a JBS. A multinacional usa a startup para monitorar 2,5 milhões de hectares de área no Pantanal. A previsão da Umgrauemeio é de alcançar receitas de 24 milhões de reais neste ano, um aumento de 26% em relação a 2023.
Ao ver os incêndios devastando regiões inteiras da Floresta Amazônica, do Cerrado e de São Paulo, a primeira sensação de Cavalcante foi de tristeza. “Tristeza em ver o que está acontecendo e saber que temos uma tecnologia pronta para evitar isso. Podemos fazer mais pelas florestas”, diz. “É para isso que dedico meu tempo. Para dar uma pequena contribuição e para não precisarmos correr atrás do tempo no futuro.”