Mariana Vasconcelos, CEO da Agrosmart: “Agronegócio bem-feito faz parte da solução do clima” (Agrosmart/Divulgação)
Repórter de Negócios
Publicado em 18 de outubro de 2024 às 06h00.
Pouco antes da tragédia climática que assolou o Rio Grande do Sul em maio, os sistemas da mineira Agrosmart — hoje sediada em Campinas, no interior de São Paulo — emitiram alertas para produtores rurais avisando sobre a chuva que viria.
Algo semelhante aconteceu em agosto com as secas pelo país. A startup utiliza uma rede com mais de 8.000 sensores para monitorar o clima nas fazendas, e, a partir daí, gerar informações que ajudam 100.000 produtores rurais a tomarem decisões de plantio.
Criada no campo, Mariana Vasconcelos, CEO do negócio, fundou uma consultoria em internet das coisas com outros dois sócios no início dos anos 2010. Na época, porém, os clientes não entendiam, de fato, qual era a função da empresa.
A solução foi criar um exemplo prático para ser apresentado. Focaram na agricultura, um tema familiar para os empreendedores. O case acabou virando o próprio negócio, a Agrosmart, fundada em 2014.
De lá para cá, a empreendedora viu de perto o setor ficar mais tecnológico e atento ao meio ambiente. Hoje, além de monitorar o clima, a startup ajuda os produtores a mapear práticas sustentáveis em todas as etapas da produção.
“Quando falamos de crise climática, o agronegócio bem feito é parte da solução”, diz. “Ele pode capturar carbono com a plantação de árvores e preservar a água cuidando melhor do solo, por exemplo.”
Agora, a Agrosmart quer dar um passo além. No final do ano passado, a startup lançou um novo produto que usa os dados dos sensores, de bancos públicos e do mercado para monitorar o clima em regiões inteiras, e não só em fazendas.
Recentemente, também comprou uma rede social para produtores trocarem informações sobre suas plantações, também mandando alertas climáticos. Nessa toada, vai crescendo 55% ao ano, ao passo em que torna o produtor rural mais consciente da importância de olhar o clima — e de cuidar dele.