Schalka, CEO da Suzano: “Reduzir emissões de carbono não é uma escolha" (Leandro Fonseca/Exame)
Rodrigo Caetano
Publicado em 20 de outubro de 2021 às 22h00.
Última atualização em 10 de novembro de 2021 às 09h49.
Em 2020, a fabricante de papel e celulose Suzano bateu seu recorde histórico de venda de celulose: 10,8 milhões de toneladas. O desempenho levou o estoque da commodity ao menor patamar desde 2017, e isso num ano de pandemia. A dívida líquida foi reduzida em mais de 1 bilhão de dólares e a alavancagem financeira, razão da dívida sobre o Ebitda, que vinha preocupando os investidores, caiu de 5 para 4,1 vezes.
São números robustos, mas o que mais importa para Walter Schalka, presidente da companhia, é o avanço na agenda socioambiental e de governança, ou ESG. A Suzano registrou alguns marcos ESG importantes no ano passado. A empresa aderiu ao Climate Action, pacto de empresas e investidores, que controla mais de 55 trilhões de dólares em ativos, para promover ações de descarbonização da economia. Ela também atingiu a meta de ter 70% de seu conselho formado por membros independentes e 20% de mulheres, e obteve a menor taxa de uma empresa brasileira não financeira na emissão de um título ligado a metas de sustentabilidade (sustainability-linked bond). “Preparamos a empresa para o futuro, e ele será de baixo carbono”, afirmou Schalka.
Para este ano, as perspectivas são também favoráveis. O ano de 2021 começou com uma subida no preço da celulose — os valores haviam caído de 770 para 440 dólares a tonelada, em meados do ano passado. A alta tem um grande impacto na Suzano, já que a celulose responde por 90% do Ebitda. Schalka, no entanto, seguirá batendo na tecla do ESG. “Nós precisamos reduzir as emissões de carbono, não é uma escolha”, afirma. “O setor empresarial tem um papel importantíssimo nisso.”
Durante a Assembleia Geral da ONU, em setembro, a Suzano entrou para um grupo de 60 empresas comprometidas a destinar 500 bilhões de dólares a investimentos responsáveis.