Bolsa: política ainda dita os rumos da bolsa brasileira (Germano Lüders/Exame)
Giuliana Napolitano
Publicado em 16 de novembro de 2017 às 05h31.
Última atualização em 16 de novembro de 2017 às 05h31.
A queda de 6% do Ibovespa em duas semanas mostrou que a política continua ditando o rumo da bolsa brasileira.
A percepção de que ficou mais difícil aprovar a reforma da Previdência fez os investidores esquecer os dados mais positivos da economia e vender ações. Ainda que a maioria dos analistas diga que o mercado não está traçando cenários para as eleições de 2018, porque é cedo para fazer previsões, o fato de Lula e Jair Bolsonaro estarem sistematicamente à frente nas pesquisas de opinião contribuiu para deixar os investidores mais pessimistas.
Também pesou o fato de a bolsa ter subido quase 30% até outubro — quando o cenário político ficou mais complicado, muitos investidores venderam ações e embolsaram os lucros. Depois da queda, analistas e investidores estão divididos. Para alguns, é hora de aproveitar os preços mais baixos e comprar ações, porque a tendência da bolsa é de alta.
“Os números mostram que o Brasil está entrando num ciclo bem diferente dos últimos anos, com inflação e juros mais baixos, economia se recuperando e empresas mais ajustadas. Mas a mudança é gradual e pode haver solavancos”, diz Magali Bim, diretora de renda variável do banco JP Morgan. A gestora Adam, que tem alguns dos fundos multimercado mais rentáveis do país, faz análise semelhante.
Já a gestora Truxt acredita que o risco de investir na bolsa agora seja alto. Nas últimas semanas, um de seus fundos diminuiu de 70% para 20% a parcela do patrimônio aplicada em ações. “As condições econômicas para a bolsa subir persistem, mas a preocupação com a eleição está chegando mais perto. Precisamos de um preço melhor para voltar a comprar ações ou ter mais convicção na aprovação da reforma da Previdência”, diz Bruno Garcia, sócio da Truxt.