Luis Stuhlberger, da Credit Suisse Hedging-Griffo: sua missão em 2012 será multiplicar o próprio sucesso (Germano Lüders/EXAME.com)
Da Redação
Publicado em 6 de fevereiro de 2012 às 10h46.
São Paulo - O cartão de visita de Luis Stuhlberger, um dos gestores de recursos mais brilhantes do país, sempre foi o fundo Verde, que ele montou em janeiro de 1997. Com uma valorização de quase 6 000% de lá para cá — oito vezes mais que o Ibovespa — e apenas um ano de desempenho negativo (2008), o Verde se tornou um dos maiores fundos de hedge do mundo, detentor de um patrimônio de 13 bilhões de reais.
Aos 57 anos, Stuhlberger terá agora o desafio de multiplicar seu sucesso. A partir de janeiro, espera-se que ele replique o sucesso do Verde em outras áreas da gestora Credit Suisse Hedging-Griffo, da qual é diretor — logo depois do Ano-Novo, Stuhlberger assumirá os fundos globais e de ações da empresa.
Com isso, consolida-se como um dos principais executivos do Credit Suisse no mundo, responsável por metade dos recursos sob gestão da instituição no Brasil.
A ascensão de Stuhlberger ocorreu numa reestruturação anunciada em agosto, que deu início à integração da Griffo com a gestora do Credit Suisse. O banco havia comprado a Griffo em 2006, mas as duas empresas nunca operaram, de fato, como uma só — até os prédios em que os profissionais trabalhavam eram diferentes.
Agora, a gestão será unificada e comandada por três executivos, Stuhlberger entre eles. Enfrentar crises, e ganhar dinheiro com elas, é o que ele faz de melhor — o que só aumenta a expectativa em torno de sua estratégia para o que promete ser o complicado ano de 2012 para quem investe.
Num dos últimos relatórios enviados a clientes, Stuhlberger listou, sem falsa modéstia, as oito “grandes” operações que realizou nos últimos 15 anos. A mais impressionante foi a aposta no fim do regime de câmbio fixo no Brasil, no fim da década de 90: ele antecipou a desvalorização do real e, quando isso ocorreu, em janeiro de 1999, o Verde rendeu 63% num único mês.
Feitos como esse eram mais fáceis quando só cabia a ele administrar o Verde. A literatura das finanças é farta em casos de gestores que deram uma série de tacadas certeiras quando tinham fundos pequenos — e, assim, podiam ser muito mais ágeis — e depois passaram a apanhar do mercado.
Para Stuhlberger, será colocada questão semelhante a partir de agora. Como manter o desempenho estelar numa estrutura complexa, com clientes para todos os lados e um sem-número de carteiras de investimento para administrar? Em 2012, será possível saber se ele conseguirá realizar mais essa proeza.