Funcionárias da startup Movile: nas novas gerações, há mais equilíbrio no trabalho doméstico (Camila Fontana/Exame)
Clara Cerioni
Publicado em 23 de maio de 2019 às 05h01.
Última atualização em 27 de junho de 2019 às 16h36.
A menor presença das mulheres nos altos cargos das empresas costuma ser apontada como uma questão de falta de ambição. Não é bem assim. A dupla jornada de muitas mulheres, que trabalham fora e ainda são responsáveis pelos afazeres domésticos, é considerada um dos principais obstáculos ao desenvolvimento da carreira profissional.
Um novo estudo da consultoria The Boston Consulting Group (BCG), com 6.500 trabalhadoras de 14 países, aponta que as mulheres, em média, são responsáveis por quase duas vezes mais tarefas dentro de casa — como lavar roupa, cozinhar e organizar a faxina — do que os homens. “Depois de casadas e com filhos, elas não apenas executam o trabalho como também são as gerentes do lar, e isso afeta significativamente o desenvolvimento da carreira”, afirma Juliana Abreu, sócia e diretora do BCG no Brasil.
A boa notícia é que esse retrato está mudando nas novas gerações. Enquanto as mulheres com mais de 45 anos executam 2,6 vezes mais tarefas domésticas do que os homens, as de 18 a 35 anos dividem mais as obrigações com os companheiros: elas cuidam 1,5 vez mais dos afazeres domésticos.