Melhores e Maiores: desempenho registrado pelas 500 maiores empresas do Brasil em 2018 foi considerado bom
Da Redação
Publicado em 29 de agosto de 2019 às 04h12.
Última atualização em 29 de agosto de 2019 às 14h50.
Um dos pontos que chamam a atenção nesta edição de MELHORES E MAIORES — uma publicação anual de EXAME que está completando 46 anos — é o ótimo desempenho registrado pelas 500 maiores empresas do Brasil em 2018, um ano em que o cenário político e econômico não foi nada favorável para os negócios.
Em contraste com um crescimento de apenas 1,1% do PIB brasileiro, a elite empresarial do país conseguiu aumentar suas receitas em 9% e obteve um faturamento total de 810 bilhões de dólares no ano passado. Mais surpreendente ainda foram os resultados — o conjunto das 500 empresas alcançou um lucro líquido de 63 bilhões de dólares, o que representou um crescimento de 123% em relação ao valor do ano anterior.
É evidente que esses números foram tão maiúsculos porque, em 2017, as empresas brasileiras haviam tido poucos motivos para comemorar — os lucros naquele ano recuaram 3,3%. Ou seja, a base de comparação fraca contribuiu para o desempenho bom do ano passado. Ainda assim, é preciso sublinhar: a taxa de crescimento da receita, o montante dos lucros e a rentabilidade do patrimônio das 500 maiores empresas do país em 2018 foram os maiores registrados na atual década. Não é pouca coisa — e tudo isso foi fruto de esforços iniciados anos atrás para enxugar os custos, abrir novas frentes de atuação e aumentar a eficiência.
Boa parte das empresas que estão conseguindo avançar em meio às turbulências dos últimos anos parece movida por um combustível primordial: o otimismo. “Um pessimista enxerga dificuldade em cada oportunidade; um otimista enxerga oportunidade em cada dificuldade”, dizia o estadista britânico Winston Churchill.
Uma pesquisa exclusiva realizada pela consultoria de gestão Betania Tanure Associados verificou que não tem faltado esse elemento entre o empresariado brasileiro. Dos 445 dirigentes de empresas ouvidos neste ano, 40% se disseram otimistas com as perspectivas para o país, ante apenas 11% que tinham essa mesma avaliação um ano atrás. Quando se amplia o horizonte para os próximos dois anos, a proporção de otimistas sobe para 72%.
Sem dúvida, esse aumento do grau de otimismo tem a ver com as expectativas de mudanças na economia geradas pelo novo governo. Para que esse otimismo se mantenha, no entanto, é preciso que o governo do presidente Jair Bolsonaro também faça sua parte.
Os primeiros meses de sua gestão têm sido marcados por avanços inquestionáveis — como a virtual aprovação da reforma da Previdência —, mas também por muitos ruídos desnecessários, como suas declarações intempestivas na área ambiental e nas relações com outros países. Para que o Brasil possa voltar a crescer, talvez o melhor caminho seja adotar a velha fórmula que sempre deu bons resultados: ouvir mais, falar menos e trabalhar mais.