Revista Exame

Na incerteza, um olhar para o longo prazo

A Embraer é capa da EXAME pela quinta vez como símbolo de consistência e inovação num mundo cada dia mais volátil

Fábrica da Embraer: ações valorizaram 130% nos últimos 12 meses em Nova York (Leandro Fonseca/Exame)

Fábrica da Embraer: ações valorizaram 130% nos últimos 12 meses em Nova York (Leandro Fonseca/Exame)

Lucas Amorim
Lucas Amorim

Diretor de redação da Exame

Publicado em 20 de março de 2025 às 06h00.

Faz pouco mais de 50 dias que Donald Trump tomou posse para seu segundo mandato como presidente dos Estados Unidos. Parecem 500, porém, pelo volume de notícias geradas. Quando esta edição da EXAME ia para a gráfica, por exemplo, o tema do dia era a ameaça de Trump ao Irã após ataques dos Houthis. No dia anterior, um debate sobre a legalidade de exportar imigrantes venezuelanos para uma prisão em El Salvador. No dia seguinte, a pauta seria uma reunião para tratar de um cessar-fogo na Ucrânia. O mundo está mais incerto, mais volátil, num cenário que não facilita a preparação de uma revista mensal de economia e negócios. Se nem sequer sabemos o que seguirá relevante nos próximos dias, como selecionar assuntos e ângulos que terão relevância no longo prazo?

Seja como for, esta edição da EXAME reforça a ousadia que marca nossa trajetória de 57 anos. A reportagem de capa — conduzida pela editora Karla Mamona, pela repórter Raquel Brandão e pelo editor de fotografia Leandro Fonseca — é a quinta da história com a Embraer, fabricante de aviões criada há 55 anos. Nas últimas décadas, a empresa estampou nossa capa como um símbolo de internacionalização, de privatização, de inovação.

Desta vez, a Embraer é um símbolo de consistência num mundo incerto. Após uma fusão abortada com a Boeing, a companhia se reinventou nos últimos cinco anos. Bate recordes de vendas tanto em jatos executivos quanto em aviões comerciais e virou uma das queridinhas da bolsa. Nos últimos 12 meses, suas ações em Nova York subiram 130%. As encomendas para os próximos três anos dão um horizonte seguro para os investidores. E a instabilidade geopolítica tende a impulsionar a frente de defesa e segurança. Como corolário, a Eve, subsidiária de “carros voadores”, entrega seus primeiros veículos em 2027. Seguiremos ouvindo, e falando, de Embraer.

Assim como queremos, e vamos, seguir ouvindo e falando de ESG, e de políticas de diversidade. Reportagem conduzida pela editora Lia Rizzo e pelas repórteres Layane Serrano e Letícia Ozório mostra um grupo de empresas que vêm reafirmando suas ações de diversidade e inclusão. O pano de fundo é um cerco crescente a essas práticas, impulsionado por Donald Trump, sempre ele. É daqueles momentos de separar políticas genuínas de ações com menos consistência, mostra a reportagem. Vale para empresas, vale para países. Em entrevista especial para esta edição, o venezuelano Ricardo Hausmann, especialista em crescimento econômico, reafirma a importância da previsibilidade e da confiança para decisões de investimento. Num mundo incerto, há qualidades que se mostram cada vez mais relevantes. 





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