Revista Exame

Dataprev fatura alto com venda de serviços para bancos

Ainda assim, principal foco da companhia, que lucrou 50 milhões de dólares em 2016, continua sendo o governo federal

DR

Da Redação

Publicado em 10 de agosto de 2017 às 05h25.

Última atualização em 10 de agosto de 2017 às 05h25.

Criada em 1974 para suprir as necessidades de processamento de informações da Previdência Social, a Dataprev permaneceu, durante muito tempo, associada à burocracia e à ineficiência estatais. Hoje, a imagem é bem diferente. A empresa tornou-se referência no processamen­to de grandes volumes de dados, condição reforçada pela eficiência também na gestão dos negócios.

No ano passado, a Dataprev faturou 366 milhões de dólares, com queda de 7% em relação a 2015. Ainda assim, teve lucro de quase 50 milhões de dólares, proporcionando um retorno de 12% sobre o patrimônio líquido. Os bons resultados remontam à abertura, em 2006, de unidades de desenvolvimento de soft­ware em cinco capitais: Rio de Janeiro, Natal, Fortaleza, João Pessoa e Florianópolis.

De lá para cá, graças à maior capacidade produtiva, a Dataprev conseguiu ampliar a lista de clientes. Dez outros órgãos federais, ligados a diferentes ministérios, começaram a usar seus serviços, ao mesmo tempo que eram assinados os primeiros contratos com a iniciativa privada. A investida no mercado deu tão certo que, no ano passado, 34% das receitas vieram da prestação de serviços a 51 instituições financeiras.

“Nosso principal foco continua sendo o governo federal”, diz André Leandro Magalhães, presidente da Dataprev. “O atendimento a empresas fora do círculo oficial resulta de serviços que a Dataprev presta a seus clientes de governo e podem ser de interesse também da iniciativa privada.”

André Leandro Magalhães, presidente da Dataprev: selo internacional atesta eficiência dos data centers da estatal | (Germano Lüders/EXAME)

Um novo ciclo da relação com os clientes, tanto governamentais quanto privados, teve início no ano passado com a prestação de serviços de inteligência baseados no uso de ferramentas para extração, análise e cruzamento de dados previdenciários, trabalhistas, sociais e civis.

“Queremos cada vez mais desenvolver soluções tecnológicas que permitam a integração dessas diferentes bases de dados para auxiliar no monitoramento e no desenvolvimento de políticas públicas”, diz Magalhães. “Ao mesmo tempo, a ideia é ampliar a oferta de serviços digitais.”

Esse plano se sustenta nos lucros da Dataprev — na casa dos 50 milhões de dólares por ano desde 2011 —, que têm dado fôlego a investimentos importantes, como os que ampliaram a capacidade dos data centers de Rio Janeiro, São Paulo e Brasília. Em 2016, o volume de investimentos, de 85 milhões de reais, foi 30% superior ao do ano anterior. Com as melhorias proporcionadas pela injeção desses recursos, a empresa obteve no início deste ano a certificação internacional Tier III.

O selo atesta o atendimento a requisitos de segurança e disponibilidade da in­fraestrutura tecnológica — só recebem essa certificação os data centers capazes de operar por, no mínimo, 99,98% do tempo no ano. Ou seja, num ano inteiro, a soma de interrupções do funcionamento dos servidores não pode passar de 1 hora e 36 minutos.

“Um data center com essa certificação não precisa parar para substituir equipamentos ou realizar serviços de manutenção”, diz Magalhães. É um exemplo de que, com boa gestão, uma empresa pública também pode ser eficiente.

Acompanhe tudo sobre:DataprevMelhores e MaioresTecnologia da informação

Mais de Revista Exame

Aprenda a receber convidados com muito estilo

"Conseguimos equilibrar sustentabilidade e preço", diz CEO da Riachuelo

Direto do forno: as novidades na cena gastronômica

A festa antes da festa: escolha os looks certos para o Réveillon