Rafael Moura, fundador da I Wanna Sleep: contato direto com o cliente e envio rápido (Leo Drumond/Nitro/Exame)
Carolina Ingizza
Publicado em 7 de maio de 2020 às 05h39.
Última atualização em 12 de fevereiro de 2021 às 13h06.
I WANNA SLEEP
Lição: Digitalizar lojas
Com 100% da receita vinda de 11 lojas físicas, a rede de produtos para o sono I Wanna Sleep precisou repensar o negócio em poucos dias com o início da pandemia do novo coronavírus. Em vez de centralizar as vendas online, a marca coloca nos produtos do site — cerca de 3.000 itens, entre colchões, pijamas e chás — um link para as unidades que têm estoque e um contato para o atendimento. “O cliente fala pelo WhatsApp diretamente com quem está embalando seu pedido”, diz Rafael Moura, fundador e presidente da I Wanna Sleep. A maior parte das compras é enviada no mesmo dia. Dos seis colaboradores, em média, de cada franquia, hoje apenas um ou dois permanecem no estabelecimento, cuidando dos envios, e o restante está em home office.
BEM EM CASA
Lição: Inovar nas lives
A Bem São Paulo, de turismo de experiência, sofreu um baque com o surto da covid-19. A solução foi criar um tipo de live diferente: a gastronômica. A Bem Em Casa manda para o cliente os ingredientes de uma refeição e faz uma teleconferência com um renomado chef, que ensina o preparo. Além de ser uma nova fonte de receita para a agência, impulsiona as vendas dos restaurantes, que montam os kits e conduzem as aulas. Bel Coelho, do Clandestino, Victor Dimitrow, do Peti Gastronomia, e Onildo Rocha, do Cozinha Roccia, participam. “Transformar uma live em um negócio pode ser a chave para esses empreendimentos”, diz Edemilson Morais, cofundador da Bem São Paulo.
FLAPPER
Lição: Ampliar o público
Quando percebeu que a demanda pelos serviços da startup de aviação executiva e táxi-aéreo Flapper cairia, o fundador e presidente Paul Malicki mudou a estratégia. Passou a oferecer voos de repatriação para brasileiros no exterior, voos aeromédicos para transportar pacientes em estado grave e voos de carga para buscar suprimentos em outros países (além de manter o serviço executivo quando possível). Mesmo com a diminuição do número de viagens por mês, a empresa tem conseguido aumentar seu faturamento, já que as novas modalidades têm um tíquete médio maior do que as tradicionais. “Provavelmente esse vírus foi uma das melhores coisas que aconteceram para nos forçar a reinventar o negócio”, afirma Malicki.
GUPY
Lição: Operar totalmente online
Quando o novo coronavírus começou a assustar o Brasil, a startup de inteligência artificial aplicada a recrutamento e seleção Gupy viu seus clientes congelar a abertura de vagas. Agiu então rapidamente para criar ferramentas novas totalmente online e se juntou com outras duas startups do setor, Jobecam e Acesso Digital, para ajudar hospitais a contratar remotamente. “Paramos para ouvir. A gestão de pessoas neste momento é complexa, há muitas dores e dúvidas”, diz Mariana Dias, fundadora e presidente da Gupy. A startup recebeu, em uma rodada de investimentos em abril, um aporte de mais de 20 milhões de reais, que deve ajudar na meta de dobrar de tamanho em 2020 depois de fechar 2019 com 500 clientes.
NUMENU
Lição: Ir até o cliente
Rafael Freitas e Sebastian Netto criaram a Numenu em julho de 2017 para vender chicletes, snacks e carregadores de celular para carros de aplicativos. Com o início da disseminação da covid-19, o número de corridas caiu drasticamente. A startup levou, então, lojinhas para dentro de condomínios residenciais e passou a vender aos moradores, que estão saindo menos de casa. “As pessoas estão criando um hábito maior de compra por conveniência. Essas vendas não vão voltar aos níveis anteriores”, diz Netto.
FIX IT
Lição: Mudar de produto
A startup Fix It, do fisioterapeuta Felipe Neves e do biomédico Hebert Costa, nasceu em 2015 imprimindo próteses tridimensionais para substituir o gesso na imobilização de pacientes com fraturas. Agora incubada no Eretz.bio, centro de inovação do Hospital Albert Einstein, em São Paulo, parou a produção para buscar soluções que ajudem no combate ao novo coronavírus. Tem usado suas 40 impressoras 3D espalhadas pelo país para imprimir e doar equipamentos de proteção individual a profissionais de saúde, arrecadando recursos para as matérias-primas com uma vaquinha. “Nossa fonte secou e os pedidos de doação começaram a crescer”, diz Neves.