Cogna: a maior empresa de educação do país em receita (são quase 6 bilhões de reais) melhorou a operação em 2023 (Cogna/Divulgação)
Editor de Negócios e Carreira
Publicado em 18 de setembro de 2024 às 06h00.
As empresas de educação viveram um 2023 de recuperação após anos de maus bocados. Na pandemia, a migração maciça de alunos para o online elevou os custos das empresas do setor.
Em maior ou menor grau, todas precisaram investir em infraestrutura, como estúdios de gravação ou redes parrudas de banda larga para divulgar conteúdos na internet. Em paralelo, a guinada digital pressionou as margens — o tíquete médio dos cursos online costuma ser bem inferior ao dos presenciais.
Tudo isso motivou um choque de gestão nas principais empresas de educação no país. Os resultados dos ajustes apareceram com mais força no ano passado.
Em média, a receita bruta das 13 empresas do setor com capital aberto ou balanços publicados em jornais de circulação nacional cresceu 12% em 12 meses, de acordo com dados apurados por MELHORES E MAIORES. O lucro cresceu mais: 19%. “De maneira geral, as empresas foram mais cuidadosas com a operação e fizeram a lição de casa”, diz Samuel Barros, reitor do Ibmec Rio de Janeiro e responsável pela análise técnica do anuário.
Entre os destaques está a Yduqs. Dona das marcas Estácio e do próprio Ibmec, a companhia reverteu um prejuízo de 58 milhões de reais em 2022 num lucro líquido de 152 milhões de reais no ano passado. Quem também conseguiu melhorar a operação foi a Cogna, a maior do país em receita — quase 6 bilhões de reais.
Mantenedora das redes Kroton, Saber, Somos, entre outras, a companhia teve um prejuízo de 492 milhões de reais em 2023, queda de 6% sobre o resultado do ano anterior.
Estreante no ranking, a mineira Afya, focada em cursos de medicina, chama a atenção pelo avanço de receitas — e pela solidez de sua operação. Em 2023, a Afya faturou 2,8 bilhões de reais, alta de 23%. No período, teve lucro líquido de 405 milhões de reais, o maior do setor.