EXAME.com (EXAME.com)
Da Redação
Publicado em 21 de fevereiro de 2011 às 16h31.
No início deste ano, a terapeuta sexual Elisa Rodrigues atendeu ao chamado de uma adolescente que havia usado um medicamento abortivo e passava mal. Pelo telefone, Elisa indicou a clínica mais próxima e explicou alguns procedimentos básicos para acalmá-la até a chegada de ajuda especializada. Esse não é bem o papel do serviço que Elisa presta, o Help Line Sexualidade, promovido pela empresa farmacêutica Organon.
"Mas, vira e mexe, recebemos ligações fora do perfil, que vão desde pedidos de ajuda desesperados até conversas com pais cheios de dúvidas inusitadas", diz ela. O Help Line é um atendimento voltado para adolescentes e educadores feito por psicólogos e farmacêuticos, via linha telefônica 0800 ou site na internet. O serviço responde a dúvidas sobre assuntos ligados à sexualidade, como contracepção, gravidez, relacionamento e doenças sexualmente transmissíveis. Só neste ano, o disque-Help Line prestou 16 450 atendimentos.
Os dois sites do projeto - o Fala Educador, voltado para professores, e o Fala Teen, para adolescentes - recebem cerca de 9 mil visitas por mês. O serviço faz parte de um projeto de educação sexual da Organon, criado em 1998, que envolve diversas ações de educação em sexualidade, como cursos e treinamentos para adolescentes e educadores, programa de televisão, distribuição de material didático nas escolas, lançamento de cd-rom, revista e trabalhos em parceria com diversas entidades. Em 2001, o projeto recebeu 850 mil reais e, em 2002, o orçamento deve bater 1 milhão de reais. Desde o ano passado, os cursos organizados pelo Help Line atenderam cerca de 28 mil adolescentes e 5,5 mil educadores em 16 cidades do país. Um projeto em parceria com o Movimento de Adolescentes Brasileiros (MAB) treinou grupos de jovens que se tornaram auto-suficientes na organização de cursos de sexualidade pelo país.
Daqui para a frente, a Organon quer manter o projeto por meio de parcerias com entidades ligadas ao adolescente. "Agora queremos focar em parcerias para acompanhar projetos do início ao fim", diz Luis Seita, presidente da Organon no Brasil. "Não encaramos o Help Line como um projeto, mas como um processo."