Daniel Noboa: presidente do Equador busca a reeleição e defende mão forte contra o crime (Jean Mora/Agencia Press South/Getty Images)
Repórter de macroeconomia
Publicado em 23 de janeiro de 2025 às 06h00.
Última atualização em 23 de janeiro de 2025 às 11h15.
Candidatos à Presidência usando colete à prova de balas dão o triste sinal de que a violência de um país atingiu um nível assustador. Foi assim na última disputa no Equador, em 2023, quando Fernando Villavicencio, que concorria ao cargo, foi morto a tiros ao sair de um comício. Menos de dois anos depois, o país voltará às urnas, em 9 de fevereiro, para escolher um novo presidente, com destaque para a violência como principal preocupação.
O Equador era relativamente pacífico até a década passada, mas foi tomado por guerras entre cartéis estrangeiros que usam o país para escoar a produção de drogas de países vizinhos, como Colômbia e Peru. A taxa de homicídios por 100.000 habitantes passou de 5,8 em 2019 para 26,7 em 2022.
O país vive também uma crise política. Em 2023, o presidente Guillermo Lasso antecipou eleições para escapar do impeachment. Quem venceu a disputa foi Daniel Noboa, de 35 anos, herdeiro de um dos principais grupos empresariais equatorianos, com a promessa de mão forte contra o crime.
Além de colocar militares para combater os cartéis e propor megaprisões, Noboa renegociou dívidas do país e buscou reduzir os apagões de energia. Ele disputa a reeleição, e as pesquisas o colocam como favorito, embora com margem pequena para a segunda colocada, Luísa González, aliada do ex-presidente Rafael Correa (2007-2017).
Noboa tem obtido destaque entre a direita do continente e foi chamado para a posse de Donald Trump, nos Estados Unidos. Neste ano, os candidatos não estão usando coletes à prova de balas, mas a violência persiste. O prefeito de Arenillas, Eber -Ponce, foi morto depois de um ataque a tiros em 11 de janeiro. Ele buscava a reeleição.