Márcia Miranda, diretora de RH do Grupo Autoglass: “As pessoas entram sabendo que, ficando, elas vão crescer” (Autoglass/Divulgação)
Repórter de Negócios
Publicado em 18 de outubro de 2024 às 06h00.
Última atualização em 21 de outubro de 2024 às 19h42.
Prestes a começar a entrevista para falar sobre as boas práticas em gestão de pessoas, começa a tocar o alarme de incêndio na capixaba Autoglass, conhecida pelo comércio de vidros e peças automotivas. É uma simulação, mas a diretora de recursos humanos, Márcia Miranda, e o diretor administrativo, Adriano Tambaroto, checam se todos os funcionários estão bem e seguindo os comandos dos brigadistas. “Nada melhor do que um exemplo prático para mostrar como levamos o cuidado das pessoas a sério”, brinca Tambaroto assim que a situação é contornada.
O cuidado é um dos mecanismos para manter um clima de proximidade entre o quadro de empregados, mesmo com 6.000 funcionários. Sediado em Vila Velha, no Espírito Santo, o Grupo Autoglass é uma empresa familiar cujo embrião é a distribuição de vidros e autopeças. Hoje, tem um pilar de serviços, prestando assistência ao mercado de seguradoras de veículos, além de uma vertical de inovação. “Temos um direcionamento interno de que a Autoglass será uma empresa de tecnologia que até vende vidros”, diz Tambaroto. Acima das verticais está a holding, responsável pela governança, controle e, também, gestão de pessoas.
É nesta última vertical que está todo o trabalho que levou o Grupo Autoglass a ser um dos vencedores da 1a edição do Prêmio EXAME em Gestão de Pessoas. Um dos maiores destaques, de acordo com os próprios funcionários da companhia, é a forte cultura de valorização interna. O programa Autolíder, por exemplo, dá mentoria e cursos para talentos identificados como promissores dentro da operação. O programa de valorização prioriza movimentações e ascensão profissional de quem já está dentro da companhia. É o caso do próprio Tambaroto, que começou como estagiário e hoje é diretor administrativo. Ser uma empresa “de carreira”, em que o funcionário entra júnior e galga espaços até se tornar líder, também ajuda numa dor natural de qualquer empresa: a retenção. “As pessoas entram sabendo que, ficando, elas vão crescer”, diz Miranda. “E elas ficam.”
A proximidade também ajuda na retenção. “Nossos executivos são muito próximos. Somos uma empresa grande, mas de portas abertas. Tudo pode ser falado e temos tolerância ao erro”, diz Tambaroto. É um desafio e tanto, visto que grande parte dos funcionários fica espalhada pelo Brasil. Mas a logística da própria empresa ajuda. “No Dia do Funcionário, por exemplo, conseguimos entregar um mesmo presente, ao mesmo tempo, para os 6.000 funcionários. Usamos nossa malha logística e entregamos, do Oiapoque ao Chuí”, afirma o executivo.
A Autoglass se destaca ainda pela diversidade e inclusão. Cerca de 30% dos cargos de liderança são ocupados por mulheres. Pessoas com deficiência participam de um programa especial para a empresa entender as adaptações necessárias para o funcionário se desenvolver na companhia. Há, ainda, atenção à saúde mental. Equipes de psicólogos atendem todos os que precisarem. É, mais uma vez, o cuidado no centro da estratégia.