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Melhor em varejo, Renner segue em ritmo de expansão acelerada

Enquanto muitas lojas fecham as portas, a gaúcha LOJAS RENNER planeja a abertura de mais 70 pontos no ano e faz sua estreia no Uruguai

Loja da Renner: a melhor no setor de varejo é também a empresa do ano de Melhores & Maiores (Leandro Fonseca/Divulgação)

Loja da Renner: a melhor no setor de varejo é também a empresa do ano de Melhores & Maiores (Leandro Fonseca/Divulgação)

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Da Redação

Publicado em 16 de agosto de 2018 às 11h14.

Última atualização em 17 de agosto de 2018 às 20h01.

Prestes a completar 27 anos no comando da Lojas Renner, o gaúcho José Galló conta que, nesse período, as grandes mudanças na rede varejista se deram em ciclos de sete anos. O primeiro foi marcado pelo controle familiar, o segundo como subsidiária de uma multinacional e o terceiro a transformou na primeira corporação brasileira com controle pulverizado na bolsa de valores. Em seu quarto ciclo, a Renner consolida-se no que Galló chama de fast retailer, um modelo de gestão que une simplificação dos processos com velocidade na condução dos negócios, e que a alçou ao posto de maior varejista de moda do Brasil, com crescimentos vistosos mesmo em fases de crise.

Nos últimos três anos, a Lojas Renner abriu 172 unidades, na contramão do comércio do país, que registrou o fechamento de 226.000 estabelecimentos no período. “Temos a visão de que uma retração de mercado é uma oportunidade para ocupar espaços”, diz Galló. “Uma empresa bem capitalizada e com diferenciais competitivos, como a Renner, tem aproveitado a crise para avançar.” 

José Galló, presidente da Renner: a ordem é apresentar produtos novos nas lojas a cada dois ou três dias | Germano Lüders

Enquanto o setor de varejo ensaiou uma leve recuperação em 2017, as vendas da Lojas Renner alcançaram quase 2 bilhões de dólares, um crescimento de 9% em relação ao ano anterior. A Renner foi a que mais gerou riqueza por empregado (72.200 dólares) e se destacou também em indicadores como rentabilidade do patrimônio (20%) e margem de vendas (11%), um desempenho que a fez despontar como a melhor empresa do setor. Além das operações no varejo de vestuário, a Renner conta com a rede Camicado, que atua no segmento de casa e decoração, e a Youcom, voltada para moda jovem. O ano passado também marcou a estreia da Renner no mercado internacional, com a abertura de três lojas no Uruguai — hoje já são cinco no país vizinho. A iniciativa ainda é vista como um processo de aprendizagem e conhecimento do mercado, mas dá pistas sobre os próximos passos da Renner. “Temos muito espaço ainda para crescer no Brasil”, diz Galló. “Mas o mercado externo é uma porta de expansão importante.”

Para crescer no mercado interno, uma das estratégias da Renner tem sido a oferta constante de novidades. Além de trabalhar com oito coleções de moda por ano, em média, a ordem é apresentar produtos novos nos pontos de venda a cada dois ou três dias. A operação é focada em marcas próprias — são 19 no total. Uma delas, a Ashua, de moda plus size (com tamanhos maiores), foi lançada em 2016 apenas para o comércio online, mas no segundo semestre deste ano a marca deve ganhar três lojas físicas exclusivas. “A experiência no online mostrou um potencial acima da nossa expectativa para a marca”, diz Galló. O bom desempenho do comércio online dentro da Renner se estende a todas as áreas, a ponto de a empresa estimar que, antes de 2021, o canal de vendas pela internet já deverá responder por 5% de suas receitas.

Além das novidades nos pontos de venda — mais 70 lojas estão sendo abertas em 2018 —, outra questão deverá atrair a atenção para a Renner no final deste ano, quando se encerra o contrato de Galló como presidente da empresa. A sucessão está sendo preparada há pelo menos cinco anos. Galló, que começou a trabalhar na Renner como superintendente numa época em que a empresa passava por dificuldades e tinha apenas oito lojas e 800 funcionários (hoje são mais de 500 lojas e 17.000 empregados), deverá permanecer no conselho de administração da Renner, mas, conforme ele próprio afirma, passará a ter uma atuação distinta. “O conselheiro deve colocar o nariz na operação, mas não o dedo”, diz Galló.

 

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