Junior Miranda, da GreenV: recarga de veículos elétricos atende clientes grandes e com agenda ESG (Marco Torelli/Divulgação)
A indústria de carros elétricos, uma das maiores apostas da humanidade para frear o aquecimento global, tem um problema: como conseguir montar em pouco tempo uma rede de estações para carregamento de baterias com uma capilaridade equivalente à dos postos de gasolina, um setor com mais de 100 anos de história?
Da mesma forma que o advento do carro a combustão, na virada do século 1920, abriu espaço para negócios bilionários à base do petróleo, o empreendedor paulistano Junior Miranda aposta num futuro próximo com muitas estações para carregamento de veículos elétricos por aí — e de oportunidades.
Miranda e o sócio Marcos Nogueira estão à frente da GreenV, uma startup dedicada à instalação de estações de recarga de carros para empresas preocupadas em ter uma frota verde.
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O negócio nasceu em 2011 com a proposta de ser um integrador de tecnologias para fazer funcionar eletroeletrônicos a partir de celulares ou tablets — ideia central por trás das casas inteligentes.
As primeiras notícias de carros elétricos saindo das montadoras fizeram os sócios redirecionar o negócio para o ramo automotivo. Na outra ponta, eles previram o gargalo a ser criado com as promessas ambientais ambiciosas de muitas empresas de logística pelo mundo de implantar frotas de carros elétricos em um curto espaço de tempo.
“Poucos estariam pensando numa rede de pontos de recarga”, diz Miranda. Em pouco tempo a GreenV entendeu o potencial do mercado B2B.
De 2013, ano do primeiro projeto de ponto de recarga, para cá, a startup colocou no portfólio nomes como o gigante do comércio eletrônico Mercado Livre, a operadora de logística FedEx e as montadoras Audi e Porsche, além de centenas de donas de estacionamentos dispostas a colocar um ponto de recarga à disposição do fluxo crescente de motoristas com consciência ambiental.
Segundo Miranda, a missão da GreenV é ajudar companhias interessadas em adentrar o promissor mundo da mobilidade limpa. Para isso, além das instalações, a GreenV desenvolveu um aplicativo para o gerenciamento dos pontos de recarga.
Preparar o mercado também é um grande alvo da startup, que criou uma espécie de universidade para ensinar o "bê-á-bá" da mobilidade elétrica para empresas que ainda engatinham no assunto e formar mão de obra nessa área, como instaladores e vendedores especialistas nesse tipo de veículo.
Trata-se de um plano acelerado após um cheque de 22 milhões de reais vindo de um fundo americano de nome não revelado.
“O nosso objetivo, no fim do dia, é tirar os carros a combustão da rua”, afirma Miranda. “Naturalmente, a intenção é trazer todos para essa conversa, e sabemos que o Brasil tem potencial de adoção. O esforço agora é pela tecnologia.”
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