SP-Arte de 2023: o interesse do público cresce a cada ano (SP-Arte/Divulgação)
Publicado em 22 de março de 2024 às 06h00.
Última atualização em 22 de março de 2024 às 12h27.
Neste ano a SP-Arte comemora duas décadas de existência. Motivo para comemorar e também para rever prioridades. “Ainda que 20 anos pareçam muito tempo, ainda somos uma feira jovem”, diz Fernanda Feitosa, criadora e diretora da SP-Arte.
“A cada ano colocamos mais um tijolo na consolidação da feira. Estamos buscando cada vez mais incluir artistas mulheres, indígenas e negros, e também práticas populares e autodidatas”, diz. Em um esquenta para a 20a edição, a partir de 23 de março acontece o Circuito SP-Arte, com diversos eventos em galerias por São Paulo.
A curadoria da feira apresenta renomadas galerias brasileiras, como Fortes D’Aloia & Gabriel, Luisa Strina, Mendes Wood DM, Millan, A Gentil Carioca, Nara Roesler, além de uma nova geração de casas, como Gomide&Co, Galatea, MaPa, Mitre, HOA, Verve, Central e Superfície. Inclui ainda grandes galerias internacionais, como Continua (Itália), Herlitzka & Co. (Argentina), Sur, Galería de Las Misiones e Piero Atchugarry (Uruguai) e RGR (México). No design, destacam-se espaços como Etel, Estúdio Rain, Firma Casa e Ovo. A seguir, Feitosa fala sobre o passado e o futuro do evento.
Como foi a primeira edição da feira, há 20 anos?
Quando comecei a planejar a primeira edição, eu pensava muito se daria certo. E, conforme as edições foram acontecendo, minha responsabilidade e a régua da feira foram aumentando. Ficamos mais ambiciosos e passamos a trazer mais agentes e galerias. Em 2004, o mercado de arte estava no ponto ideal para dar essa alavancada. As galerias estavam desarticuladas, e promovemos uma colaboração entre os agentes.
O interesse do público pelas artes plásticas cresceu?
Sem dúvida. Começamos o evento com 6.000 pessoas e hoje temos 35.000 visitantes. No ano passado os ingressos esgotaram. Isso é um bom sinal não só para nós; estamos acompanhando museus e bienais cheios. Há um grande interesse da população por cultura e arte. O fato de Adriano Pedrosa [diretor artístico do Masp] ter sido escolhido como curador da 60a Bienal de Veneza é muito importante para o mercado e legitimador da arte brasileira.
O que podemos esperar da 20a edição da SP-Arte?
Muita comemoração e muitos artistas novos. Neste ano várias galerias comemoram anos cheios, como a Luisa Strina, Raquel Arnaud, Galeria Estação, Choque Cultural.
SP–Arte | De 3 a 7 de abril | Pavilhão da Bienal. Parque Ibirapuera, portão 3, São Paulo | Ingressos a partir de 40 reais
LIVRO
Dez anos após sua morte, o escritor colombiano Gabriel García Márquez ressurge no universo literário com o romance póstumo Em Agosto nos Vemos. Sua última obra havia sido Memória de Minhas Putas Tristes, de 2004. Agora, o enredo gira em torno de uma mulher que todo mês de agosto deixa marido e filhos em casa para viajar e experimentar seus desejos.
FILME
Queridinha dos lançamentos atuais, a produtora A24 apresenta o filme Guerra Civil. Wagner Moura e Kirsten Dunst interpretam jornalistas que percorrem os Estados Unidos durante uma guerra civil. O filme foi escrito e dirigido por Alex Garland, que anteriormente colaborou com a A24 com o thriller de ficção científica Ex_Machina.
MUSEU
Depois de dedicar parte da programação às Histórias Indígenas e às Histórias Brasileiras, neste ano o Masp terá exposições voltadas para a diversidade LGBTQIA+ ao redor do mundo. As primeiras mostras do ano jogam luz nos trabalhos de Francis Bacon e Mário de Andrade. A exposição Francis Bacon: A Beleza da Carne ocupará o primeiro andar do museu e trará 20 obras do artista irlandês, desde suas produções iniciais até os anos 1980. Muitas obras são emprestadas de coleções particulares e museus internacionais. O título da mostra faz referência a um relato do artista que, ao se deparar com a vitrine de um açougue, fez a reflexão: “Enquanto pintor, devemos lembrar que há essa grande beleza na cor da carne. Nós, obviamente, somos carne, somos carcaças em potencial. Quando vou a um açougue, sempre penso que é surpreendente que eu não esteja lá no lugar do animal”.
Já a mostra Mário de Andrade: Duas Vidas apresenta 88 obras entre pinturas, desenhos, gravuras, esculturas e fotografias da coleção pessoal do intelectual brasileiro, a partir da perspectiva queer. “Passados quase 80 anos de sua morte, a produção intelectual de Mário de Andrade sobre música, artes visuais e arquitetura, seus romances, contos e poemas, além dos levantamentos etnográficos, foram e continuam sendo centrais para a compreensão do modernismo no Brasil e para a construção de uma ideia de brasilidade”, afirma Regina Teixeira de Barros, curadora da mostra.
MASP — Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand | Avenida Paulista, 1.578
Francis Bacon: A beleza da carne | De 22 de março a 28 de julho
Mário de Andrade: Duas vidas | De 23 de março a 9 de junho
...em Bogotá (Colômbia)
Antes mesmo de entrar no charmoso Tropicália Café — uma torrefatora com sede em Bogotá, especializada em café da Colômbia e dos trópicos vizinhos —, é possível sentir o aroma inconfundível. Moído na hora, o café convida você a cheirá-lo mais de perto antes do preparo.
https://www.tropicaliacoffee.com
...em Nova Orleans (Estados Unidos)
A cor amarela e o caminhão francês estão por toda parte do French Truck Coffee, cafeteria com sete unidades em Nova Orleans. Além dos bons cafés feitos com grãos de origem ou blends, é possível comprar vários souvernirs amarelos como lembrança.
...em Brasília, DF (Brasil)
Em uma das esquinas da quadra 108 da Asa Norte de Brasília, encontra-se o Ernesto — uma casa especializada em cafés especiais e pães artesanais, além de torrefatora. Para acompanhar os bons cafés torrados no local, peça a pamonha doce com queijo e assada na palha de milho.
https://ernestocafesespeciais.com.br
Por Carolina Gehlen