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Da Redação
Publicado em 18 de fevereiro de 2011 às 10h38.
Última atualização em 10 de fevereiro de 2021 às 18h31.
Nos últimos anos, a entrada de redes internacionais como Best Western, Holiday Inn, Sol Meliá e Choice movimentaram o mercado brasileiro de hotelaria. Além de contribuir para o desenvolvimento do setor, que deverá receber 5 bilhões de reais em investimentos até o ano 2000, segundo a Embratur, a chegada de marcas como essas pode ser uma senhora oportunidade para pequenos empresários colocarem em ação seu espírito de empreendedor e crescer. </p>
Que o diga o paranaense Antônio Setin, dono da Setin Empreendimentos Imobiliários. Com um investimento de 30 milhões de dólares, ele inaugura neste mês o Grand Hotel Mercure São Paulo Ibirapuera, um quatro estrelas que será administrado pelo Grupo Accor, dona da rede Mercure, que conta com 400 hotéis em 30 países. O Grand Hotel será seu primeiro empreendimento no Brasil e o segundo maior hotel da marca no mundo. "Encontrei um novo nicho exatamente num momento complicado para a construção civil", diz Setin.
A iniciativa de procurar a Mercure partiu do próprio Setin. Há alguns anos, ele recebeu como pagamento de um cliente um terreno na avenida 23 de Maio, zona sul de São Paulo, próximo ao parque do Ibirapuera. Depois de encomendar um estudo sobre a viabilidade de construir um hotel no local, ele procurou a Accor para propor uma parceria. Deu certo.
A atração por desafios e novidades vem desde pequeno. Aos oito anos ele se instalou na zona norte de São Paulo com a família, depois que os pais resolveram deixar a cidade de Itambé, no Paraná. "Como morávamos num sítio, cheguei aqui sem conhecer energia elétrica", diz. Pouco depois um de seus sete irmãos montou uma marcenaria.
Setin foi trabalhar como assistente enquanto fazia um curso técnico ligado a engenharia mecânica. Anos depois, conseguiu entrar para uma faculdade de arquitetura. Começou construindo casas simples em bairros paulistanos como Vila Maria e Freguesia do Ó. Nos finais de semana, pendurava faixas e cartazes pelas ruas com placas de "aluga-se" ou contratava garotos para distribuir panfletos nas ruas. Na década de 1980, foi para o bairro de Moema, na zona sul da cidade, atrás da clientela da classe média. De lá para cá, a Setin Empreendimentos já lançou 35 edifícios na região.
Somente quando se divorciou ele pensou em hotelaria. Sua primeira investida foi num flat, o Rezidenziale Varietá, na Vila Olímpia. "Eu estava solteiro e não achava um lugar alto astral para morar", diz. "Percebi que fazia parte de um público mal atendido." O flat é administrado pela própria Setin e tem uma taxa de ocupação superior a 90%. Todos os seus funcionários fazem curso de inglês e espanhol.
Recentemente, um amigo convenceu Setin a comprar um terreno de 3 000 metros quadrados na zona norte de São Paulo. Sua primeira constatação: a região não conta com hotéis e recebe milhões de visitantes todo ano para convenções no Anhembi. Por isso, ele já está construindo no local o Ibis Casa Verde, um hotel de classe econômica com 280 apartamentos. Assim como no Grand Mercure São Paulo Ibirapuera, grande parte dos móveis usados no novo hotel virá da marcenaria da família, que até hoje é administrada por ele.
Para evitar atropelos nos seus projetos, Setin usa uma característica sempre indispensável a todo empreendedor que quer mesmo chegar lá: criatividade. Como queria lançar o Grand Mercure São Paulo ainda em 1998, fez um acordo com o pessoal da obra. Combinou que distribuiria 100 000 reais a todos caso conseguissem terminar a construção a tempo. "Final de obra é sempre complicado", diz. "Prometer prêmios costuma ajudar." diz.