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Do osso à IA: é hora de usar a inteligência para amplificar forças

Com a IA em destaque, a busca por soluções tecnológicas focadas em problemas reais será crucial para o sucesso na nova economia

Cena do filme 2021: Uma Odisseia no Espaço, de Stanley Kubrick (Hiroyuki Ito/Getty Images)

Cena do filme 2021: Uma Odisseia no Espaço, de Stanley Kubrick (Hiroyuki Ito/Getty Images)

Ivan Padilla
Ivan Padilla

Editor de Casual e Especiais

Publicado em 29 de outubro de 2024 às 06h00.

Última atualização em 30 de outubro de 2024 às 09h40.

Na icônica cena de abertura do filme 2001: Uma Odisseia no Espaço, um macaco primitivo descobre que um osso pode ser usado como uma ferramenta poderosa. Ao usá-lo para quebrar outros ossos ou como arma, o primata percebe que está economizando energia e potencializando sua capacidade de ação. Esse momento captura a essência da tecnologia: usar inteligência para amplificar forças.

É dessa forma que Miguel Fernandes, Chief Artificial Intelligence Officer da EXAME, começa seu artigo nesta EXAME CEO que você tem em mãos. O tema desta edição discute para onde vai o investimento em inovação dentro das empresas — e qual é o ganho de eficiência que essas novas ferramentas trazem. Esse direcionamento, claro, varia de acordo com o setor, de bancos a alimentação.

A inteligência artificial é o recurso do momento. Mas não só. No segmento da saúde, por exemplo, as inovações implementadas nos últimos cinco anos, como telemedicina, inteligência preditiva, prontuários eletrônicos e sistemas integrados hospitalares, trazem boas esperanças para um futuro mais saudável para o país.

Esses recentes avanços se devem em boa parte à reação à tragédia que foi a pandemia de covid-19, que acabou acelerando investimentos e avanços nesse setor. Em 2019, 14 bilhões de dólares eram investidos globalmente em inovação na saúde, de acordo com levantamento da americana StartUp Health. Em 2020 esse valor saltou para 22 bilhões de dólares, e no ano seguinte atingiu 44 bilhões de dólares.

O progresso vem da necessidade, isso é fato. Até 2050, a população mundial deve aumentar cerca de 20% e atingir 9,7 bilhões de pessoas, segundo projeções das Nações Unidas, o que vai exigir crescimento gradual da produção de alimentos. Ao mesmo tempo que cresce a demanda por comida, os fornecedores são pressionados a melhorar a produtividade sem expandir áreas de plantio e de pastos para os rebanhos, em nome da sustentabilidade ambiental.

Esse incremento de eficiência vem acontecendo com automação, tecnologia e digitalização dos processos de produção, com a utilização de maquinários e equipamentos automatizados até a coleta e a integração da informação aos sistemas de gestão, entre outros recursos.

As empresas que souberem investir em tecnologia com propósito e foco na resolução de problemas reais serão as vencedoras na nova economia. Não é muito diferente do que faziam os primatas ameaçados pela fome e pelos predadores no primoroso longa de Stanley Kubrick. Se tiver tempo, sugerimos rever esse clássico do cinema. Mas não sem antes terminar a leitura de sua EXAME CEO. 

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