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Negócios em Expansão 2024: Veja as empresas que cresceram na categoria de 300 a 600 milhões de reais

A QI Tech, de São Paulo, ampliou sua carteira de clientes ao conquistar, além dos bancos, as telefônicas e varejistas

Pedro Mac Dowell, fundador e CEO da QI Tech (Leandro Fonseca/Exame)

Pedro Mac Dowell, fundador e CEO da QI Tech (Leandro Fonseca/Exame)

Publicado em 25 de julho de 2024 às 06h00.

Última atualização em 26 de julho de 2024 às 11h16.

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EMPRESA QUE MAIS CRESCEU

QI TECH: São Paulo | Pedro Mac Dowell: Fundador e CEO | O que faz: Fornece infraestrutura para o setor financeiro no modelo banking as a service para empresas virarem bancos digitais | Receita em 2023: 433,8 milhões de reais  | Ritmo de expansão: 134,57%  | Motivo d0 crescimento: Expandiu sua carteira de clientes para além de bancos ao conquistar clientes como telefônicas e varejistas


O uso maciço de inteligência artificial (IA) como parte importante da transformação digital das empresas brasileiras colaborou para o ótimo desempenho das empresas selecionadas para a categoria de 300 milhões a 600 milhões de reais do Ranking EXAME Negócios em Expansão 2024. É a primeira vez que empresas desse porte figuram no anuário. A recordista de crescimento entre as 14 selecionadas desta categoria é a fintech paulistana QI Tech, que aparece pela segunda vez no ranking. Na edição do ano passado, a companhia ficou com o segundo lugar entre as empresas com maior crescimento da categoria de 150 milhões a 300 milhões de reais. Em 2023, a receita da empresa cresceu 135%, para 433 milhões de reais. Aberta em 2018 pelos sócios Pedro Mac Dowell, Marcelo Bentivoglio e Marcelo Buo-si, todos oriundos do mercado financeiro, a QI Tech cria tecnologia para empresas variadas poderem oferecer produtos financeiros. “Ajudamos empresas de áreas como telefonia, varejo, energia e transporte a oferecer serviços como empréstimos ou cartão de crédito”, diz Mac Dowell.

Em outubro do ano passado, a QI Tech recebeu um aporte de 200 milhões de dólares numa captação liderada pelo fundo global General Atlantic. Na equação dos investidores está o valor dos algoritmos criados pela QI Tech com base em mais de 15 milhões de operações de crédito concedidas pelos clientes por meio da plataforma da fintech. Entre as 300 empresas que adotam a tecnologia da QI Tech estão nomes conhecidos- dos brasileiros, como o aplicativo de mobilidade 99 e a varejista Shopee. Só no ano passado essa turma concedeu mais de 35 bilhões de reais a seus clientes. Dona de números superlativos no Brasil, a QI Tech tem ambição global. “Apesar de a empresa operar no Brasil, o registro societário da companhia está nos Estados Unidos, o que nos ajudará num processo de IPO”, diz Mac Dowell, que mira uma abertura de capital nos próximos anos. Em paralelo, o empreendedor vê espaço para crescer no Brasil. Ele gosta de citar o fato de 30% da população brasileira ainda ter uma relação precária com as instituições financeiras. “A relação do brasileiro com os bancos vai se intensificar, seja dentro de uma companhia telefônica, seja de uma empresa do varejo, por exemplo”, diz ele. É assim que Mac Dowell projeta mais um ano robusto para a QI Tech. Em 2024, a meta é uma receita líquida de 780 milhões de reais.

Ingrid Catherine Santos, da Indra Energia: acesso a uma energia limpa e barata como meta da companhia (Leandro Fonseca/Exame)

Da máquina de escrever à IA

Uma inteligência artificial generativa capaz de simular a economia de energia com a migração de clientes para o Mercado Livre de Energia foi uma das alavancas para a expansão da Indra Energia, de São Paulo. Fundada em 2019 como uma trading de energia para grandes consumidores, a Indra foi beneficiada por mudanças no marco regulatório que incentivaram empresas de menor porte a também negociar contratos de energia diretamente com as geradoras, e não mais com empresas concessionárias. O uso da IA tornou o apelo mais palpável a um público ainda pouco sensível ao Mercado Livre de Energia. Ela permitiu ao potencial cliente tirar uma foto da fatura atual da energia e enviar ao time comercial da Indra. Em minutos, a IA retorna com a oferta de energia mais em conta. “Identificamos a necessidade de dar uma atenção rápida aos clientes”, diz a engenheira elétrica Ingrid Catherine Santos, sócia da Indra ao lado do Thiago Veiga. O vento a favor da regulação e o investimento em tecnologia colaboraram para a Indra dobrar de tamanho em 12 meses. Em 2023, a receita líquida foi de 397 milhões de reais, o terceiro melhor desempenho desta categoria do ranking.

Entre as empresas de maior crescimento está também a Selbetti, sediada em Joinville, no norte de Santa Catarina. Fundada em 1977 como uma revendedora de máquinas de escrever da italiana Olivetti, a empresa aposentou o ramo da datilografia nos anos 1990 com a adoção maciça dos PCs. Hoje, oferece uma porção de tecnologias aos clientes. “Os serviços vão desde a locação de impressoras até a automação de tarefas, assinatura eletrônica de documentos, entre outros”, diz José Nauro Selbach Júnior, CEO da companhia fundada por seu pai. Em 2023, a companhia cresceu 20,58%, com receitas de 486 milhões de reais. O plano é crescer mais ao agregar tecnologias ao portfólio. Para isso, investiu 100 milhões de reais na aquisição de seis empresas em 12 meses. Uma delas é a InterCompany, uma startup paulistana que aplica inteligência artificial em processos industriais.

O investimento em tecnologia colaborou para modernizar processos da Premium Essencial Kitchen, empresa de São Paulo focada em refeições coletivas em empresas. Em 2023, a receita da empresa cresceu 100% e chegou a 592 milhões de reais. Muito do sucesso veio da guinada das empresas para trazer os funcionários de volta ao escritório — daí a demanda extra por refeições coletivas. Além disso, alguns clientes contrataram mais funcionários, como a companhia aérea Gol, o gigante de alimentos Marfrig e a Petrobras. A alta demanda motivou um investimento de 15 milhões de reais num forno especial no qual a IA serve para identificar o tipo de alimento colocado ali e, assim, modula as condições de modo a eliminar toxinas de maneira mais eficiente. “Também estamos usando o primeiro refrigerador quente do mundo, capaz de preservar alimentos cozidos por dias sem perder a qualidade”, diz a CEO Caroline Nogueira. 

Veja a lista completa das empresas selecionadas para o ranking aqui.


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