André Rapoport, da Danone Brasil: “Queremos que nossos funcionários tenham condições saudáveis para desenvolverem a carreira e a vida pessoal” (Leandro Fonseca/Exame)
Repórter
Publicado em 18 de outubro de 2024 às 06h00.
O tema da saúde está por trás da fundação da multinacional de produtos lácteos Danone, em 1919, em Barcelona. (A sede global da companhia seria realocada em Paris dez anos mais tarde, e por lá está até hoje.) Os primeiros produtos da companhia foram leites e iogurtes para crianças que sofriam de infecções intestinais. No Brasil desde 1970, a Danone vem levando o cuidado com a saúde, tão presente na comunicação com os clientes, também como um norte para as políticas de recursos humanos. “Queremos que nossos funcionários também tenham condições saudáveis para desenvolverem a carreira e a vida pessoal”, diz André Rapoport, diretor de RH da Danone Brasil.
O cuidado começa no escritório da empresa, na Avenida Paulista, um cartão-postal de São Paulo. Por ali, funcionários contam com massagistas, salas para consultas médicas virtuais, além de cestas com frutas, bebidas e iogurtes. Grupos específicos, como mães, têm seus próprios benefícios. A licença-maternidade na Danone dura até seis meses, acima do previsto em lei. Em caso de viagem a trabalho de uma mãe lactante, a empresa arca com os custos de um acompanhante para ajudar nos cuidados com o bebê. “A meta é que as mães possam exercer seu papel sem prejuízos à carreira”, diz o executivo. Na unidade brasileira da Danone, as mulheres ocupam 52% dos cargos de gerência e direção.
A Danone também apoia a adoção. Os pais adotivos ganham os mesmos direitos e licenças que os pais biológicos. Essa política é fruto de discussões com grupos de afinidade internos para temas como diversidade racial e inclusão LGBTQIA+. “A diversidade enriquece nossa empresa, e trabalhamos para todo mundo ser acolhido e respeitado”, diz Rapoport. No Brasil, a companhia é formada por 37% de pessoas autodeclaradas pretas e pardas, das quais 17% têm cargos de gerência e direção. A meta da companhia é chegar a 30% de pessoas pretas e pardas na liderança até 2030.
Como uma maneira de valorizar o desenvolvimento contínuo de seus funcionários, a Danone oferece subsídios para a formação continuada. A empresa cobre até 80% dos custos de pós-graduação e cursos de idiomas de todos os funcionários — desde a liderança até quem está começando.
Além disso, a direção da Danone incentiva a saúde mental. O funcionário da empresa pode escolher um psicólogo particular e pedir reembolso pelo plano de saúde, ou utilizar os profissionais indicados pela empresa. “Ainda existe um tabu sobre fazer terapia no Brasil, mas estamos tratando isso de forma aberta”, diz Rapoport. Na seara corporativa, programas de mentoria interna conectam funcionários de diferentes áreas em busca de respostas aos anseios profissionais. “Cerca de 900 pessoas participam de uma iniciativa na qual gestores e não gestores trocam experiências de carreira,” afirma Rapoport.
Por ser uma empresa multinacional, o aprendizado de idiomas é incentivado, mas o inglês deixou de ser requisito nos processos seletivos, salvo em casos específicos no qual o idioma será usado no dia a dia. A presença internacional da marca também promove a expatriação. “Atualmente, 22 funcionários brasileiros trabalham em escritórios da Danone em outros países”, conta Rapoport.