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Da Redação
Publicado em 23 de julho de 2013 às 16h07.
O mercado de ações é, por natureza, volúvel. Até alguns anos atrás, os papéis da Souza Cruz estavam entre os mais cobiçados por investidores interessados em obter bons retornos com os altos dividendos pagos pela empresa. Mas a campanha antitabagista ganhou força, o mercado paralelo de cigarros atingiu uma dimensão assustadora e o que era sexy perdeu seu poder de sedução.
"A empresa não tem perspectiva e apresenta baixa capacidade de geração de caixa", diz Marco Melo, chefe da área de pesquisa em ações da corretora Ágora Sênior, do Rio de Janeiro. Melo faz parte de um grupo de 25 analistas de algumas das mais respeitadas instituições financeiras do país, que, consultados, colocaram as ações da Souza Cruz entre as piores opções de investimento para 2007.
Também fazem parte dessa lista -- embora por motivos diferentes -- os papéis da Acesita, do Banco do Brasil, da Paranapanema e da Avipal.
MAIS DO QUE O PASSADO, a perspectiva de futuro -- ou a falta de uma visão clara dele -- costuma elevar ou derrubar o preço de uma ação. A fusão entre os grupos siderúrgicos Arcelor e Mittal lançou sombras sobre o desempenho dos papéis da Acesita, líder do mercado brasileiro de aços planos especiais.
Durante o período em que foi controlada apenas pela Arcelor, o mercado financeiro acreditava que a Acesita seria vendida a qualquer momento. Desde que os indianos da Mittal assumiram o comando dos negócios, em junho do ano passado, os analistas esperam em vão algum sinal sobre planos futuros -- silêncio que não tem colaborado para dirimir as muitas dúvidas.
A Acesita é uma exceção no vigoroso setor brasileiro de siderurgia, um dos mais beneficiados pelo crescimento da demanda em economias emergentes. Entre janeiro e setembro de 2006, a rentabilidade da Acesita sofreu queda de 30%, causada sobretudo pelo aumento da competitividade de rivais internacionais.
O bom desempenho dos concorrentes também está por trás dos problemas com as ações do Banco do Brasil. "Entre todos os grandes bancos, ele apresenta sempre a pior rentabilidade", diz Melo, da Ágora. Para outros analistas, o que conta também é que a ação já atingiu seu preço justo e só valeria a pena para quem quer aplicar no longo prazo.