Maia: “Falta melhorar a comunicação dos que têm uma visão liberal da economia” (Germano Luders/Exame)
Leo Branco
Publicado em 8 de setembro de 2017 às 05h55.
Última atualização em 8 de setembro de 2017 às 13h08.
São Paulo — O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (Democratas), está otimista com a capacidade de retomada do vigor reformista perdido em razão da crise política causada pela delação da JBS. Nas eleições de 2018, Maia aposta que um nome conciliador sairá vencedor.
Exame - Qual é o prognóstico para a aprovação das reformas?
Maia - Com a expectativa de uma nova denúncia contra o presidente Michel Temer, será difícil avançar em emendas constitucionais em setembro. A reforma da Previdência, que está pronta para ser votada, pode sair em outubro. Hoje há menos do que os 280 votos que tínhamos em maio. É preciso um esforço para mostrar aos deputados a urgência do assunto. A tributária pode sair neste ano, mas há divergências sobre o texto. Enquanto isso, dá para votar em 15 dias a lei de licenças ambientais e a de falências. O importante é o Congresso ter uma agenda permanente de reformas para não ficar refém do próximo presidente.
Exame - Qual é o cenário para as eleições de 2018?
Maia - A polarização tradicional da política brasileira acabou. Mas a sociedade está radicalizada. Vai ter espaço para alguém que dê um passo à frente e dialogue com o outro lado. O meu partido, o Democratas, tentou liderar o processo de diálogo, sem sucesso. Defendo trazer quadros de fora da política, com agenda pró-mercado. Falta melhorar a comunicação dos que têm visão liberal da economia.
Exame - O João Doria, do PSDB, cairia bem no Democratas?
Maia - Não gosto de ficar convidando políticos de partidos aliados. O Doria é um grande prefeito e demonstrou uma capacidade de comunicação diferenciada. A divisão do PSDB sobre a eleição de 2018 é um problema dos tucanos. Deixa eles brigarem.