As pistas do resort: 83 trilhas com mais de 160 quilômetros e vista para o Mont Blanc, a montanha mais alta da Europa (Divulgação/Divulgação)
Gilson Garrett Jr
Publicado em 20 de janeiro de 2022 às 05h24.
Tente imaginar abrir a porta da varanda de seu quarto por volta das 7h30 da manhã, sentir no rosto uma leve brisa gelada — de temperatura negativa — e ver o sol nascer atrás de uma das montanhas nevadas mais deslumbrantes da Europa, entre França e Itália. Acrescente a isso um sistema all inclusive em que só é preciso se preocupar com o horário do esqui ou o agendamento de sua massagem relaxante no spa. Qualquer fotografia que você possa ter criado em sua mente não retrata a dimensão exata do que é o Club Med La Rosière, nos Alpes franceses.
Nas palavras de Janyck Daudet, CEO do Club Med para a América do Sul, toda a experiência precisa ser sentida. “Dentro de um escritório fechado é muito difícil descrever o conceito do Club Med. É um village para a família”, diz. O mais novo destino de esqui da rede, que conta com 70 resorts espalhados em 26 países, está localizado a uma altitude de 1.950 metros, na cidade francesa de Montvalezan e nas encostas do Vale da Tarentaise, a 3 horas de carro de Lyon.
O complexo foi construído em cima de um antigo aeródromo e ao lado do lendário Passo do Pequeno São Bernardo, santo padroeiro dos habitantes das montanhas. O nome vem da raça do cachorro conhecido por auxiliar em resgates em condições de neve. Esses elementos históricos estão presentes em toda a arquitetura, desde a recepção, que é feita de parte da fuselagem de um avião, até as paredes, com imagens e desenhos do cão.
Os 438 quartos — divididos em três categorias: superior, luxo e suítes — chegaram a ficar disponíveis para os hóspedes em 2020, mas todo o hotel precisou ser fechado por causa da pandemia de covid-19. Agora, mesmo com o recente crescimento de infecções com a variante ômicron na Europa, as pistas de esqui voltaram a ficar cheias de aventureiros, pelo menos até segunda ordem. A reportagem da Casual EXAME esteve no resort nesta reabertura na primeira semana de dezembro do ano passado.
Uma das grandes vantagens do Club Med La Rosière é o acesso às pistas, encostadas no resort. Bastam alguns passos para começar a esquiar em uma das 83 trilhas, que somam 160 quilômetros. Quem já é expert no esporte pode até mesmo ir até a Itália, almoçar e voltar. Os instrutores ajudam os iniciantes no esqui ou no snowboard nas primeiras deslizadas ou os mais experientes a dar um upgrade de nível. O serviço de aulas também está incluído no pacote de hospedagem semanal, que parte de 10.600 reais por pessoa. Quando se sobe por cada uma das trilhas, a vista é de tirar o fôlego, com uma panorâmica de 360 graus da região montanhosa. Dependendo das condições climáticas, é possível avistar o Mont Blanc, a montanha mais alta da Europa.
Quando seu corpo cansar do esqui, não deixe de fazer uma aula de ioga. A prática da Vibhava leva a assinatura do mestre brasileiro Heberson Oliveira. Logo ao lado fica a piscina coberta, para aproveitar os dias de neve mais intensa. Assim como em toda parte do resort, a vista também é para as montanhas. Apesar de longe, os brasileiros se sentem em casa. Da recepção ao restaurante, passando pela aula de esqui, há sempre funcionários falando português, mesmo que com sotaque de Portugal. Toda essa preparação não é um mero detalhe. Janyck Daudet explica que os brasileiros correspondem ao segundo mercado do Club Med para esqui na França, só atrás dos próprios franceses. Para esta temporada de inverno no Hemisfério Norte, que vai até o mês de abril, 18.000 brasileiros já reservaram um lugar em um dos 17 resorts de esqui do Club Med na França.
A preparação pensada para o Brasil inclui sobretudo o ambiente familiar. Três em cada quatro quartos foram planejados para acomodar quem viaja com os filhos. Há a opção de quartos com duas portas, para conectar um ambiente para os pais e outro para as crianças e adolescentes. Além disso, há toda uma estrutura de recreação dedicada a até 300 crianças. As áreas são separadas por idade, onde somente os filhos podem entrar, por questões de segurança contra o coronavírus. O uso de máscara é obrigatório dentro de todo o complexo. O item só pode ser retirado para as refeições ou em ambientes abertos, como determinado pelo governo francês. O passaporte sanitário também é obrigatório para se hospedar.
A gastronomia sofre influência, claro, da França, da Itália e da vizinha Suíça. O village tem dois restaurantes. O principal, chamado Le Mont Valaisa, aposta no sistema à la carte, com pratos mais contemporâneos e pegada mais atualizada. Há ainda a opção de comer o autêntico fondue de queijos suíços. O The Gourmet Lounge San Bernardo funciona em uma releitura do bufê, com bancadas gastronômicas em que um cozinheiro prepara o prato escolhido e o entrega em mãos ao hóspede. O La Rosière conta também com um bar lounge e outro no hall do resort, com direito a vista panorâmica das montanhas. Um cenário que merece, certamente, um brinde de um cru do Côtes-du-Rhône. Santé!