Roberto Monteiro, CEO da Prio: o custo de extração por barril caiu para 7,40 dólares (Leandro Fonseca/Exame)
Repórter de macroeconomia
Publicado em 14 de setembro de 2023 às 06h00.
Última atualização em 14 de setembro de 2023 às 06h41.
Quando a pandemia parou o mundo, em 2020, o preço do barril de petróleo despencou para 14 dólares. No momento de baixa, a petroleira Prio aproveitou para ir às compras. Em 2020 e 2021, adquiriu os campos de Tubarão Martelo, Albacora e Wahoo, no litoral do Rio de Janeiro, e investiu para ampliar a extração e melhorar a eficiência, duas coisas que sabe fazer bem. No começo de 2022, a produção da empresa estava em ascensão, em torno de 30.000 barris por dia, quando veio o choque da guerra na Ucrânia, que fez o preço do barril subir para mais de 130 dólares. A Prio estava bem posicionada e tirou vantagem.
“Chegamos à produção recorde de 100.000 barris por dia em 2023 e temos espaço para crescer para 160.000 barris por dia sem precisar de novas áreas”, diz Roberto Monteiro, CEO da Prio. “Estamos numa fase muito intensa de contratar gente, sonda, barco, para aumentar a produção.” Após a divulgação dos números do segundo trimestre de 2023, bancos como Bradesco BBI, Santander, Bank of America e Goldman Sachs elevaram o preço-alvo e reafirmaram a recomendação de compra das ações da Prio.
A empresa, que antes usava o nome PetroRio, se especializou em explorar, de modo eficiente, campos menores e maduros. Uma das táticas é reduzir o número de viagens de helicóptero e barco, o que, além de cortar gastos, reduz a poluição. Com vários outros esforços, o custo de extração por barril caiu para 7,40 dólares. “Desde 2015, nunca vendemos uma carga de petróleo com prejuízo”, diz Monteiro.