Andrea Napolitano, CEO da Gomes da Costa: metas de atum sustentável e de diversidade (Leandro Fonseca/Exame)
Leo Branco
Publicado em 13 de maio de 2021 às 05h52.
Com o avanço do ESG, uma questão tem passado pela cabeça de muitos gestores e de casas de análises debruçadas na avaliação das boas práticas corporativas: como avançar essa agenda para negócios além das grandes corporações ou instituições financeiras acostumadas a medir esses critérios? A história da pesqueira Gomes da Costa está aí para mostrar algumas boas práticas para empresas de setores mais diversos.
Parte do grupo espanhol Calvo, um dos principais do setor no mundo, a Gomes da Costa vem implantando nos últimos anos medidas para manter a sustentabilidade da pesca de atum e sardinha, dois dos principais produtos vendidos pela empresa no Brasil. Hoje, 35% do atum vendido pela companhia tem o APR, um certificado concedido às empresas dispostas a só pescar o atum até um limite capaz de manter o ciclo de reprodução da espécie — e, assim, garantir uma boa quantidade de atum nos anos seguintes.
Por causa da preocupação, os barcos cuja produção alimenta a fábrica da companhia no Brasil, em Itajaí, no litoral catarinense, têm regras rígidas a seguir sobre o chamado defeso, período vedado à pesca. “A meta é chegar a 100% do atum com certificado até 2025”, diz Andrea Napolitano, que assumiu a presidência da Gomes da Costa em novembro de 2020, após passagens por grandes do setor de alimentos como Unilever, Nestlé e PepsiCo.
A chegada de Napolitano é, também, um sinal da agenda ESG: 44% dos cargos intermediários são ocupados por mulheres, um índice alto no setor. O comitê diretivo é 30% feminino. No Brasil, Napolitano é a primeira mulher a ocupar a posição de CEO. A movimentação ocorre em meio a planos para diversificar o portfólio da companhia. Para além dos pescados, no radar está o lançamento de linhas de saladas e kits de comidas rápidas.