Geraldo Alckmin: “Eu quero ser candidato. Mas depende do partido” (Germano Luders/Exame)
Flávia Furlan
Publicado em 8 de setembro de 2017 às 05h55.
Última atualização em 8 de setembro de 2017 às 13h07.
São Paulo — O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, está dando pistas do tom de sua campanha, caso seja o candidato do PSDB à Presidência da República em 2018. Sem perder a oportunidade de provocar João Doria, seu concorrente no partido, Alckmin defende menos marketing nas campanhas, promete estabilidade aos brasileiros e diz que a questão fiscal não pode ser mais alvo de embate político.
Exame - Por que o senhor quer ser presidente da República?
Alckmin - Há muita tergiversação sobre o que é o novo na política: é idade, é nunca ter sido candidato ou é não ter experiência pública? Para mim, é falar a verdade e defender o interesse coletivo, que é órfão no Brasil. Eu quero ser candidato, mas depende do partido.
Exame - O que o senhor faria nos 100 dias iniciais do governo?
Alckmin - O presidencialismo é um embate de personalidades, às vezes com canelada e vale-tudo de baixo nível. Qual o lado positivo desse sistema? O eleito tem a maioria dos votos, o que dá legitimidade. O primeiro ano eleito é decisivo. Tem de fazer de cara a reforma da Previdência e a tributária —esta em etapas. E adotar uma política fiscal rigorosa, para ter uma política monetária e cambial compatível com o investimento. Tudo isso colocaria o país no rumo do crescimento.
Exame - Qual a sua expectativa com a reforma política?
Alckmin - Estou confiante que acabe a marquetagem. Seria bom se pelo menos passasse a proibição de coligação proporcional.
Exame - E o que pensa sobre a radicalização na política?
Alckmin - A questão fiscal não tem de ser mais objeto de luta política, é uma necessidade. A política também exige mais civilidade. Há muita crise. É preciso levar uma palavra de estabilidade para o país crescer.