Petróleo: alta produção faz EUA importarem cada vez menos a commodity (Alamy/ Fotoarena/Reprodução)
Filipe Serrano
Publicado em 18 de julho de 2019 às 05h00.
Última atualização em 18 de julho de 2019 às 15h23.
Dados mais recentes do setor de energia dos Estados Unidos mostram um cenário contraditório. Apesar de toda a preocupação com o aquecimento global e da necessidade de investir em energias limpas, a realidade é que a indústria de petróleo americana nunca viveu uma fase tão positiva quanto a atual.
No mês de abril, a produção de petróleo bruto nos Estados Unidos superou pela primeira vez a marca de 12 milhões de barris extraídos por dia. É quase cinco vezes a produção de petróleo do Brasil e um volume maior até do que a produção da Arábia Saudita ou da Rússia — dois dos maiores produtores do mundo.
Segundo a Agência de Informação Energética dos Estados Unidos — órgão responsável por coletar os dados do setor —, o que está provocando esse pico na indústria de petróleo são as novas técnicas de extração, conhecidas como fraturamento hidráulico (fracking, em inglês) e perfuração horizontal, as quais já representam 61% da produção do país.
Boa parte dela está concentrada no estado do Texas, onde a extração de petróleo cresceu 28% de janeiro de 2018 a abril de 2019. Com a economia americana em expansão, a estimativa é que a produção continue crescendo, podendo chegar a 14 milhões de barris por dia em 2020, quase o triplo do obtido em 2008.
A alta na produção doméstica faz com que os Estados Unidos importem cada vez menos petróleo, colocando pressão sobre os países do Oriente Médio. É uma nova realidade para o mundo.
PAÍSES EMERGENTES
Seja na Ásia, seja na América Latina, é cada vez mais comum os governos recorrerem ao capital da China para obter empréstimos ou financiar obras. Hoje os financiamentos chineses já somam 1,6 trilhão de dólares, ou quase 2% do PIB mundial.
O problema é que muitos empréstimos não são relatados aos órgãos internacionais, e isso prejudica a análise dos riscos financeiros envolvidos.
Num estudo recente, os economistas Sebastian Horn, Carmen Reinhart e Christoph Trebesch analisaram os empréstimos chineses feitos desde 1949 e concluíram que os países que mais receberam recursos têm hoje uma dívida equivalente a 17% do PIB, em média. A maioria é de países africanos.
GRÉCIA
Quase uma década já se passou desde o início da crise da dívida grega, e os problemas econômicos do país ainda parecem longe de ser superados. O produto interno bruto continua 24% abaixo do nível pré-crise, e o desemprego atinge 18% da população — o maior índice entre os países da zona do euro.
Os gastos públicos hoje estão controlados, mas as pensões e aposentadorias drenam boa parte do orçamento e sobra pouco dinheiro para os investimentos públicos. É nesse contexto que governará o novo primeiro-ministro, Kyriakos Mitsotakis, do partido Nova Democracia, de direita.
Sua principal proposta é reduzir os impostos para os mais pobres e para as empresas, na tentativa de estimular a atividade econômica. Mas sair da crise, como se vê, não será tão simples.