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Moda que identifica: Ele perdeu emprego na pandemia e agora busca o 1º milhão com sua marca de roupa

Robson Silva decidiu criar a própria empresa em 2020 para celebrar a cultura afro-brasileira com estampas exclusivas

Robson Silva, fundador e CEO da Bananeira da Silva:  ”Já vi pessoas chorar ao vestir algo que realmente as representa” (Leandro Fonseca/Exame)

Robson Silva, fundador e CEO da Bananeira da Silva: ”Já vi pessoas chorar ao vestir algo que realmente as representa” (Leandro Fonseca/Exame)

Publicado em 23 de janeiro de 2025 às 06h00.

Última atualização em 23 de janeiro de 2025 às 10h58.

Filho de uma manicure e de um autônomo, Robson Silva cresceu na zona norte de São Paulo em uma família de cinco irmãos — mas ele era diferente. Enquanto os irmãos tinham hobbies tradicionais, como pipa e futebol, ele passava o tempo criando fantasias de Carnaval em cima de um caixote. Aos 15 anos, visitou o desfile da São Paulo Fashion Week, onde descobriu sua paixão pela moda. Sem condições de pagar uma faculdade, buscou cursos livres e só aos 30 conseguiu se formar.

Silva foi ganhando notoriedade na área, passando por diversas posições, desde estilista de sapatos até diretor criativo da marca de roupas Handbook, mas, após 21 anos no mercado, foi demitido no final de 2019 e enfrentou dificuldades para se recolocar. Em 2020, a pandemia só agravou a situação. “O mercado não conseguia me absorver e, com o dinheiro da rescisão, comecei a pensar em como transformar minha paixão pela moda em um negócio próprio”, diz. A ideia de criar uma marca de roupa surgiu durante uma viagem à Bahia. “Foi lá que tive a ideia de fazer uma marca sem gênero, inclusiva e acessível”, afirma.

Desde o início, a marca foi desenhada para diferentes biotipos e não cobra por ajustes nas peças. “Nosso lema é vestir bem sem olhar a quem”, diz Silva. “Escolhi o nome ‘bananeira’, que me remete força e resiliência. Sempre gostei desse nome e foi ideal na época do lockdown”, diz. Foi com esse espírito que Silva criou a “Bananeira da Silva”, em abril de 2020, em plena pandemia e no formato de e-commerce. “Cada venda era motivo de comemoração,” afirma.

Hoje, a marca tem pontos de venda em São Paulo, na Bahia e no Rio de Janeiro, além de uma loja física em Pinheiros e outra planejada para o Beco do -Batman, famoso ponto turístico paulista. Em 2024, a marca faturou 780.000 reais. A meta para 2025 é alcançar o primeiro milhão. “Já vi pessoas chorar ao encontrar algo que as representa. Isso me faz acreditar que estou no caminho certo”, diz Silva. 

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