Al Thumama Stadium, no Catar: estádios climatizados e conforto para os torcedores (Eurasia Sport Images/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 16 de dezembro de 2021 às 05h37.
Última atualização em 4 de janeiro de 2022 às 12h26.
Estive em Doha, no Catar, em dezembro de 2019, em visita oficial para os jogos finais do Torneio de Clubes da Fifa. Foi o último evento esportivo de grande escala antes da tão aguardada e debatida Copa do Mundo Fifa de 2022, que pela primeira vez será sediada em um país do Oriente Médio.
O que vi por lá impressionou e já indicava a grandeza do que está por vir. Alguns estádios prontos e outros em fase de finalização, e um país inteiro comprometido e mobilizado com a entrega do que será um dos mais interessantes e impactantes eventos já realizados. A começar pela época do ano na qual ele será disputado — o maior torneio esportivo do mundo ocorrerá excepcionalmente durante o mês de novembro, em decorrência das condições climáticas da região, que nos tradicionais meses de junho e julho atinge temperaturas proibitivas de mais de 50 graus Celsius.
Com um orçamento estimado em mais de 200 bilhões de dólares (em comparação, a Copa da Rússia em 2018 teve um custo de cerca de 14 bilhões de dólares), o pequeno país peninsular árabe com pouco mais de 2,5 milhões de habitantes promete entregar uma experiência única ao público com seus estádios de arquitetura arrojada e totalmente climatizados, além de uma infraestrutura de transporte e acomodação, responsável por mais de 80% do orçamento, que permitirá ao torcedor assistir confortavelmente a até duas partidas no mesmo dia.
Há ainda algo em jogo além das quatro linhas. O Catar busca relações internacionais baseadas na paixão pelo esporte e enxerga a Copa do Mundo de 2022 — e sua audiência estimada em mais de 3,5 bilhões de espectadores — como uma oportunidade única de conexão orgânica com o resto do mundo.
Eventos como esse, assim como o primeiro Grande Prêmio do Catar de Fórmula 1, realizado neste ano, são planejados para construir um legado social e cultural que resulte na criação de uma identidade nacional que legitima o anfitrião como protagonista no cenário mundial antes, durante e depois da competição esportiva.
Afinal, na era moderna do esporte e com todas as suas complexas variáveis geopolíticas e socioculturais, os participantes do maior evento esportivo do planeta necessitam, além dos 11 jogadores em campo, do resto do mundo para ser campeões.