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Maior distribuidora, Petrobras se mexe para ser a melhor

Dona da maior rede de postos de combustíveis do país, a Petrobras Distribuidora muda para se tornar também a mais eficiente

Ivan de Sá, presidente da BR Distribuidora: o plano é expandir as lojas de conveniência (Leandro Fonseca/Exame)

Ivan de Sá, presidente da BR Distribuidora: o plano é expandir as lojas de conveniência (Leandro Fonseca/Exame)

DR

Da Redação

Publicado em 16 de agosto de 2018 às 11h21.

Última atualização em 16 de agosto de 2018 às 14h01.

Em dezembro do ano passado, a Petrobras Distribuidora, conhecida simplesmente como BR, protagonizou a maior oferta inicial de ações realizada no país em quase cinco anos. A empresa, subsidiária da Petrobras que controla a maior rede de postos de combustíveis do Brasil, arrecadou cerca de 5 bilhões de reais na operação. A abertura do capital foi mais um passo no processo de revisão de planos e cortes de custos na estatal.

Agora a meta da BR é não apenas se consolidar como a maior empresa de distribuição de combustíveis do país mas também como a mais eficiente. A busca de melhoria na rentabilidade é um dos pilares do plano de negócios da empresa, que contempla também a venda de ativos e a busca de um parceiro para operar as lojas de conveniência em sua rede de postos. “Com os desinvestimentos e as parcerias, nosso objetivo é focar o negócio de venda de combustíveis”, diz Ivan de Sá, presidente da BR.

O plano da estatal — que no ano passado faturou quase 26 bilhões de dólares e lucrou 340 milhões de dólares — é vender o negócio de asfalto, a concessão de distribuição de gás natural do Espírito Santo e duas termelétricas. Em outra frente, quer expandir a BR Mania, sua malha de lojas de conveniência. Hoje, as 1 348 unidades da BR Mania estão presentes em 16% dos postos da marca. “Há espaço para dobrarmos esse percentual”, diz Sá. As negociações em andamento para parceria com uma empresa do varejo visa aprimorar o modelo de negócios das lojas de conveniência.

A venda de combustíveis trabalha com margens apertadas, mas é possível melhorar a rentabilidade com a oferta de produtos e serviços adicionais que aumentem o fluxo de clientes nos postos. Atualmente, a BR tem 8 271 postos — a meta é abrir mais 1.000 unidades nos próximos três anos. “A BR Distribuidora pode melhorar a margem de forma gradual e consistente nos próximos anos, aproximando-se dos níveis dos principais concorrentes”, diz Gustavo Allevato, analista do banco Santander.

O mercado de distribuição de combustíveis no Brasil é considerado um dos mais atraentes da América Latina. Isso porque é um setor já consolidado (três empresas controlam dois terços do mercado), num país dependente do transporte rodoviário e com uma frota de veículos em expansão. O principal catalisador para o crescimento das grandes redes deve ser a conquista de postos de bandeira branca — os que não estão vinculados a nenhuma marca. Esses postos conseguiram, nos últimos anos, praticar preços mais baixos porque compravam de distribuidoras que importam combustíveis. Mas, com a nova política de preços da Petrobras, de reajustes que seguem a variação das cotações internacionais do petróleo, essa vantagem não existe mais, e os postos independentes passaram a considerar fazer parte de uma rede.

Entre os riscos que os analistas que acompanham a BR apontam está o fato de a distribuidora continuar sendo uma estatal, apesar das melhorias de governança corporativa implantadas recentemente. A Petrobras mantém o controle da empresa, com uma participação de 71% após a abertura de capital. Em 2017, a BR alterou seu estatuto para prever que metade dos assentos do conselho de administração seja ocupada por membros independentes, além de constituir comitês financeiro e de riscos, de auditoria e dos minoritários. “Promovemos mudanças importantes na governança, para além do exigido pela B3 [bolsa de valores brasileira] a companhias do Novo Mercado”, diz Sá. É esperar para ver se as mudanças vão surtir efeito e começar a aparecer no próximo balanço.

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