Da Redação
Publicado em 16 de agosto de 2018 às 11h14.
Última atualização em 17 de agosto de 2018 às 11h45.
Mesmo atuando em um setor que costuma oscilar bastante conforme o humor da economia — e os últimos tempos têm sido mais para cara feia do que para sorrisos —, a Oxiteno Nordeste não tem do que reclamar. No ano passado, a fabricante de produtos químicos, que mantém unidades industriais nos polos petroquímicos de Camaçari, na Bahia, e de Triunfo, no Rio Grande do Sul, aumentou a produção em 11% e ultrapassou a marca de 434 000 toneladas de insumos processados, um recorde em sua história. Com isso, o faturamento atingiu 704 milhões de dólares, um aumento de 6% em relação ao do ano anterior. “Crescemos acima do esperado, principalmente em razão do lançamento de novos produtos”, afirma João Benjamin Parolin, diretor-superintendente da Oxiteno Nordeste.
A empresa produz insumos químicos, como óxido de eteno, álcoois graxos e solventes, que são utilizados na fabricação de agroquímicos, cosméticos, tintas e vernizes. Embora tenham nomes complicados, esses insumos facilitam a vida diária, dando origem, por exemplo, a substâncias que são incorporadas aos condicionadores de cabelos e cremes hidratantes. O portfólio da Oxiteno Nordeste é bastante diversificado — são mais de 160 produtos. As áreas que mais receberam inovações no ano passado foram as destinadas aos fabricantes de agroquímicos, cosméticos e artigos de higiene pessoal. Na área agrícola, uma das novidades foi o lançamento de um aditivo para melhorar a eficácia dos defensivos agrícolas, fazendo com que um herbicida aumente o poder de penetração na erva daninha e facilite sua eliminação. “Desenvolvemos um produto com menor toxicidade e que permite uma aplicação cirúrgica nas lavouras”, afirma Parolin.
Parte do crescimento da Oxiteno Nordeste foi puxada pelas exportações, que representaram 15% do faturamento em 2017. Como uma subsidiária da Oxiteno — esta, por sua vez, é o braço petroquímico da paulista Ultrapar, que reúne 13 unidades fabris no Brasil e no exterior —, a Oxiteno Nordeste foi beneficiada por uma campanha de marketing desenvolvida pelo grupo para promover a construção de sua nova fábrica em Pasadena, nos Estados Unidos. Enquanto a fábrica americana não fica pronta, cabe à Oxiteno Nordeste suprir os clientes que estão sendo conquistados por lá. No entanto, quando a unidade americana entrar em operação, o que está previsto para meados de agosto, a Oxiteno Nordeste deverá redirecionar seus embarques para outros destinos no exterior. “Temos espaços para ocupar na Europa, na América Central, na Ásia e na região andina”, diz Parolin.
Embora o foco da Oxiteno Nordeste seja a produção de especialidades químicas — desenvolvidas para atender a necessidades específicas de diferentes setores —, a companhia também comercializa produtos considerados commodities. No ano passado, a alta global do preço do barril do petróleo, ao redor de 18%, acabou elevando o valor das matérias-primas petroquímicas. Apesar de representarem apenas um quinto das vendas totais da Oxiteno Nordeste, as receitas com commodities cresceram 43% em dólares, ante 13% das especialidades. O movimento, segundo Parolin, reflete também períodos de crise econômica — em tempos de aperto, consumidores tendem a migrar para produtos mais baratos de higiene pessoal e detergentes, que contêm formulações mais econômicas, diminuindo a venda de especialidades para a indústria. “Vamos manter a venda de commodities, mas nossa estratégia é aumentar o peso das especialidades no nosso negócio”, afirma Parolin.