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Dados & Ideias — A dívida caiu, o enrosco aumentou

O número de famílias endividadas está diminuindo. Mas a situação tem piorado para aquelas que têm dívidas

Shopping em São Paulo: menor disposição para itens supérfluos | Ale Ruaro/Pulsar Imagens /

Shopping em São Paulo: menor disposição para itens supérfluos | Ale Ruaro/Pulsar Imagens /

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Da Redação

Publicado em 29 de novembro de 2017 às 12h01.

Última atualização em 30 de novembro de 2017 às 12h17.

As famílias brasileiras tiveram de ajustar as finanças nos últimos dois anos para lidar com o endividamento crescente numa economia em marcha a ré. Agora a situação começa a melhorar: a proporção de enrolados voltou ao patamar de 2014, no início da crise. Mas é importante prestar atenção nos números. Entre os brasileiros endividados o enrosco está ficando maior. É o que diz um estudo da consultoria americana BCG com 2.060 entrevistados de todas as regiões do país, feito no primeiro semestre deste ano.

Da parcela de brasileiros que continuam endividados, quase metade viu o tamanho do débito aumentar nos últimos 12 meses. Por isso, devem desembolsar mais agora para sair do vermelho: 44% dos endividados devem empregar mais de um terço da renda no pagamento de dívidas, ante 33% em 2014. A consequência: uma disposição ainda menor do que em níveis pré-crise para gastos que podem ser cortados a qualquer momento, como os itens supérfluos. Neste ano, 77% dos entrevistados dizem que esses gastos serão menores nos próximos 12 meses. Há três anos, a proporção era de 72% dos entrevistados pela pesquisa.

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CELULARES

O SMARTPHONE CHEGOU A UM LIMITE?

O mundo atingiu, no ano passado, a marca de 1,5 bilhão de smartphones fabricados, segundo a consultoria Strategy Analytics. Por trás do bom resultado está uma tendência nem tão favorável assim para as fabricantes desses aparelhos: desde 2010 o ritmo de aumento da produção vem caindo ano após ano. Em 2016, pela primeira vez, o crescimento se resumiu a 1 dígito: 7%, nas contas do banco suíço Julius Baer. Uma das razões apontadas, segundo um relatório interno do banco sobre tendências em tecnologia, é a migração para os wearables, termo em inglês para aparelhos digitais “vestidos no corpo”, como óculos e pulseiras. Até 2020, a expansão anual do volume de novos wearables deve continuar acima de 20%.

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FINANÇAS

A RIQUEZA ESCONDIDA

Dubai, nos Emirados Árabes: mais de 70% da riqueza das famílias do país está em paraísos fiscais | Roert Harding /Glow Images

No mundo todo há ricaços protegendo o dinheiro da mira dos leões. Os abonados têm o equivalente a 10% do produto interno bruto mundial guardado em paraísos fiscais. Mas um estudo conjunto da Universidade de Ciências Naturais da Noruega, da Universidade de Copenhague e da Universidade da Califórnia, em Berkeley, mostrou que há diferenças: os ricos escandinavos têm uma parcela pequena do PIB em paraísos fiscais, mas a fatia é de 15% nos países europeus e mais de 30% em alguns latino-americanos, num ranking liderado pelos Emirados Árabes Unidos. Se esse dinheiro fosse considerado nas estatísticas oficiais, em alguns países, como Reino Unido, a fortuna do 0,01% mais rico seria 40% superior. Ou seja: o dinheiro no paraíso fiscal esconde uma desigualdade de renda maior.

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TECNOLOGIA

FICOU MAIS CARO SE PROTEGER DE HACKERS

Carro da Uber, na Alemanha: ataque cibernético a dados de clientes e motoristas | Carolina Gehlen

O risco de as empresas sofrerem ataques cibernéticos — que envolvem sistemas de informações, computadores ou dispositivos pessoais — ganhou notoriedade com o roubo de dados de 57 milhões de clientes e motoristas do aplicativo de transportes Uber. Pois esse é um problema cada vez mais recorrente no mundo corporativo. Uma pesquisa da consultoria Accenture mostra que o custo para a proteção aos ataques cibernéticos cresceu 23% em 2017. Das 254 grandes empresas consultadas, cada uma gastou, em média, 12 milhões de dólares por ano. A maior parte dos custos é para lidar com ataques que resultam em roubo de informação.

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