Rua de comércio em Xangai: o ritmo de crescimento anual da economia chinesa está no menor nível em 27 anos (Nikada/Getty Images)
Filipe Serrano
Publicado em 1 de agosto de 2019 às 05h10.
Última atualização em 1 de agosto de 2019 às 11h08.
De qualquer ângulo que se olhe, a ascensão da China nos últimos 40 anos é daquelas de causar inveja às outras grandes economias no mundo. Em 1980, quando o governo de Deng Xiaoping colocava em prática as primeiras reformas de abertura econômica, o produto interno bruto chinês somava pouco mais de 340 bilhões de dólares (em valores ajustados) e 66% da população tinha renda abaixo da linha da pobreza.
Hoje, o PIB da China está próximo de 11 trilhões de dólares — quase 32 vezes mais — e estima-se que 800 milhões de pessoas no país tenham saído da condição de pobreza. A China tornou-se o maior exportador mundial, o maior produtor de bens manufaturados e o país com as maiores reservas internacionais. Ainda que o ritmo de crescimento anual tenha desacelerado para 6,2% no segundo trimestre — o menor em 27 anos —, a China continua acrescentando o equivalente a uma Austrália por ano na economia.
O crescimento tem sido puxado por um rápido ganho de produtividade, e isso fez a renda per capita sair de 1.500 dólares, em 1990, para 16.100 dólares, no ano passado, nível mais alto do que o brasileiro. O desempenho é extraordinário, mas isso não significa que a China já seja um país rico. Ainda falta muito para alcançar um PIB per capita parecido com o do Japão ou o da Coreia do Sul, os países mais desenvolvidos do Leste Asiático. Para dar o próximo salto, a China precisa manter um crescimento elevado nas próximas décadas, algo que será mais difícil de realizar.
ZONA DO EURO
O preço dos imóveis em Portugal — objeto de interesse de muitos brasileiros — tem subido em ritmo mais acelerado do que em outros países da Europa. Em 2018, a alta foi de 10%, um nível bem acima da inflação (1,2%). Em Lisboa, o preço mediano do metro quadrado chega a 3.000 euros (em 2016, era de 2.000). Segundo o Fundo Monetário Internacional, a alta se deve ao aumento do turismo e do número de estrangeiros que compram imóveis. De 2013 a 2017, cerca de 35% das vendas de residências foram para estrangeiros, provavelmente atraídos por um programa do governo que dá visto a quem comprar um imóvel de pelo menos 500.000 euros.
ESTADOS UNIDOS
O mercado de trabalho nos Estados Unidos vem passando por várias transformações. Uma delas é que cresce cada vez mais o número de pessoas que dividem o tempo de labuta entre a casa e o escritório ou que, simplesmente, dão expediente na própria residência ou em lugar diferente da empresa. No período de 2013 a 2017, 42% dos trabalhadores que ocupam cargos administrativos ou relacionados aos serviços, à ciência e às artes já se encontravam numa dessas três situações.
Na década anterior, a parcela era de 36%. Os dados fazem parte de um estudo recente do Escritório de Estatísticas do Trabalho dos Estados Unidos, principal órgão responsável por coletar e analisar dados sobre o mercado profissional no país. Segundo o estudo, a mudança tem a ver com o avanço das tecnologias digitais, que permitem executar atividades fora de um escritório com cada vez mais facilidade. No entanto, um resultado chama a atenção: as pessoas que dividem o trabalho entre o escritório e a casa tendem a manter jornadas mais longas (9 horas por dia, em média) do que quem trabalha somente no escritório (8 horas e 17 minutos). Já o tempo médio de quem trabalha apenas em casa é bem menor, de 4 horas e 23 minutos.