Em meio às turbulências políticas e econômicas que ocorrem ao redor do planeta, agravadas por situações de guerra na Ucrânia e no Oriente Médio, o Brasil desponta como porto seguro confiável e de oportunidades para novos negócios e investimentos estrangeiros.
Após um período desafiador com os efeitos da pandemia de covid-19, o país busca retomar o leme do desenvolvimento sustentável e apresenta melhoria no desempenho de seus índices econômicos, tais como: controle da inflação, queda de juros, aumento do consumo por parte da população, crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) e plano de médio prazo para a redução do déficit público.
“O cenário macroeconômico apresenta um pouco mais de previsibilidade e estabilidade. São fatores que trazem mais confiança para o investidor estrangeiro, tanto o especulativo, que traz capital para investir em ativos financeiros no Brasil, como também os grandes agentes econômicos que investem realmente no desenvolvimento da indústria, do agronegócio e na área de serviços”, avalia o consultor Acilio Marinello, coordenador de MBA na Trevisan Escola de Negócios.
Parte desse reconhecimento do potencial brasileiro veio em recente declaração do Fundo Monetário Internacional (FMI) de que o país deve retornar ao ranking das dez maiores economias do mundo ainda em 2023, encerrando o ano na nona posição.
“Há uma política econômica clara, um Banco Central independente que tem atuado de maneira firme para evitar a hiperinflação e, mesmo com todos os programas sociais, existe um projeto para reduzir o déficit do governo. Isso é muito importante para os agentes econômicos”, afirma Marinello.
Crescimento econômico
Em 2022, a economia brasileira cresceu 2,9%, e o Produto Interno Bruto (PIB) fechou em 1,6 trilhão de dólares, segundo dados do IBGE. Para 2023, a projeção do Ministério da Fazenda aponta para um crescimento de 3% do PIB.
O Brasil também se destaca como destino global para investimentos estrangeiros diretos (IED), e somou 86 bilhões de dólares de IED em 2022, o quinto maior beneficiário mundial, segundo dados da Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD).
Com mais de 203 milhões de habitantes, segundo o último Censo do IBGE, o país tem registrado aumento do mercado de consumo. “É uma população economicamente ativa. Apesar da grande desigualdade social, mesmo as camadas mais baixas consomem produtos e serviços. Logo, é um mercado consumidor que atrai os investidores estrangeiros”, diz Marinello.
Brasil: um dos cinco polos mais atraentes para investimentos
O Brasil é atualmente o quinto maior destino global para Investimentos Estrangeiros Diretos (IED). No ano passado, o país somou 86 bilhões de dólares de IED, ficando atrás apenas de Estados Unidos, China, Singapura e Hong Kong — e à frente de países como Austrália, Canadá e França.
Em comparação a 2021, o Brasil galgou uma posição no ranking geral de IED. Naquele ano, os investimentos estrangeiros em território nacional somaram 51 bilhões de dólares. Os dados constam da edição 2023 do Relatório de Investimento Mundial, elaborado pela Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD).
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1. Maior economia da América Latina, o país se reposicionou nas principais agências de classificação de risco do planeta, como Fitch e S&P.
2. Amplo mercado de consumo e fornecimento de mão de obra.
3. Abundância de diversidade energética e sustentabilidade ambiental. Mais de 85% da matriz elétrica brasileira é composta de fontes renováveis e consideradas limpas, como hidrelétrica, eólica e solar.
4. Equilíbrio nas contas públicas: inflação sob controle, avanço de grandes reformas estruturais, como a tributária, e planos de redução do déficit público.
5. Economia altamente diversificada, com destaque para o agronegócio, que contribui com 24,8% do PIB brasileiro. Um dos maiores fornecedores mundiais de commodities, como grãos e minérios.
6. O país é o quinto maior beneficiário mundial de investimentos estrangeiros diretos.
7. Crescimento de investimentos comprometidos com redução de emissão de carbono, em projetos como energia eólica e solar, hidrogênio verde e biomassa. Ao todo, 7% da produção mundial de energia renovável vem do Brasil.
8. Mercado de capitais seguro e regulação equivalente à das grandes economias.
9. Bom relacionamento do país com as demais economias.
10. Protagonismo e comprometimento do Brasil com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU.
A força do agro
Impulsionado por produção trilionária, agronegócio representa um quarto do PIB brasileiro e lidera exportações globais de commodities estratégicas, como soja e milho
A agropecuária sempre foi forte no Brasil. Mas o avanço de 474% na produção de grãos desde 1990 alçou o país a outro patamar globalmente.
O resultado veio pela combinação entre a abertura de novas áreas agrícolas, o salto em produtividade — 3,18% ao ano, em média, entre 2000 e 2019, à frente de China (2,03%) e Estados Unidos (0,5%) —, a conquista de novos mercados internacionais, e o diferencial estratégico de poder usar 27,1 milhões de hectares mais de uma vez no mesmo ano-safra — algumas culturas, como o milho, têm até três safras anuais. Esse dinamismo se traduz em oportunidades de investimentos variadas.
O agro se tornou um motor para a economia interna do país, a ponto de representar 24,8% de seu Produto Interno Bruto (PIB) em 2022, segundo o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea-Esalq/USP).
O Brasil é hoje um dos líderes mundiais no cultivo de commodities estratégicas, como soja (41% do total global), café (37%) e açúcar (21%). O Ministério da Agricultura projeta que o valor bruto da produção agropecuária atingirá a marca inédita de 1,15 trilhão de reais em 2023.
Força exportadora
Nos últimos dez anos, o faturamento das exportações do setor cresceu 66,1% e atingiu 159,1 bilhões de dólares no ano passado — 47,6% do total do país. Além disso, o saldo da balança comercial de 142 bilhões de dólares fez do Brasil o maior exportador líquido do agro global.
Hoje, o país está na dianteira internacional nas vendas de soja (57% do total global), milho (28%), café (28%), açúcar (41%), suco de laranja (72%), tabaco (31%), carne bovina (25%) e carne de frango (34%). E deve fechar o ciclo 2023/24 como maior exportador mundial de grãos, com 156,4 milhões de toneladas.
Investimento em tecnologia
O investimento maciço em tecnologia e insumos é uma das razões desse sucesso. Entre 1990 e 2022, o crescimento médio anual da demanda foi de 5,2% para fertilizantes e de 8,6% para defensivos agrícolas, segundo a consultoria Cogo Inteligência em Agronegócio.
Segundo Helena Bonna Brandão, gerente de investimentos da ApexBrasil, o Brasil ocupa hoje a quarta posição mundial do consumo global de fertilizantes. “A estimativa é que 85% dos fertilizantes utilizados no Brasil sejam importados, e a ideia é diminuir a dependência internacional para 50% até 2050”, diz. “Isso só será possível com soluções inovadoras, estímulo à pesquisa e investimento em tecnologias adequadas ao nosso solo e clima.”
Transição com equilíbrio
O Brasil desponta como uma potência em energia renovável, mas a transição para uma economia de baixo carbono é um processo gradual — no qual o petróleo e o gás ainda têm um papel relevante
O Brasil se destaca como um dos líderes em energia limpa no planeta.
Em 2022, a participação de fontes renováveis na matriz energética do país chegou a 47,4%, de acordo com os dados do mais recente “Balanço Energético Nacional”, elaborado pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE).
Em comparação, a média global de renováveis na matriz energética é de 14,1%, segundo a Agência Internacional de Energia (AIE). Quando se consideram somente as fontes de energia usadas na geração de eletricidade, a vantagem do país salta ainda mais aos olhos: a energia limpa representa 87,9% da matriz elétrica brasileira, ante a média de 26,6% no mundo.
Atributos não faltam para tornar o país uma potência global em energia renovável e liderar os esforços para reduzir as emissões de gases de efeito estufa que causam as mudanças climáticas. O país tem grande quantidade de recursos naturais renováveis, como energia solar, eólica, hidrelétrica e biomassa, e apresenta condições para ocupar posição de destaque também nas novas fronteiras de geração de energia limpa, como a produção de hidrogênio verde, obtido a partir da eletrólise da água.
“No setor de energia, podemos afirmar que somos um grande caso de sucesso, dada a amplitude de players internacionais presentes no Brasil, tanto em petróleo e gás quanto em energias renováveis”, diz Ana Paula Repezza, diretora de Negócios da ApexBrasil. “O interesse pelo país está em alta e precisamos aproveitar essa oportunidade de ser líderes globais na transição energética.”
Petróleo e Gás
Atualmente, o Brasil é o nono maior produtor e o oitavo maior exportador de petróleo e derivados do mundo, com receita superior a 56 bilhões de dólares em 2022. Tem potencial para muito mais.
“As projeções da ANP, a Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis, apontam que, mantidos os planos de investimentos no setor pelas operadoras já presentes no país, especialmente a Petrobras, o Brasil ocupará a quinta posição entre os principais produtores mundiais de petróleo até o final da década”, ressalta Ana Paula, da ApexBrasil. “Esse é um setor que representa cerca de 12% do PIB industrial do país, desenvolvendo tecnologias de ponta, gerando empregos e renda de qualidade e garantindo o suprimento de energia para o crescimento da economia.”
Sol e vento prósperos
Brasil tem avançado na diversificação de sua matriz energética. Um dos destaques é a energia eólica, que encerrou 2022 com um parque de 904 usinas e uma capacidade de 25,3 gigawatts (GW), um crescimento de 18,9% em relação a 2021. O país tornou-se o terceiro maior instalador de turbinas eólicas no mundo, abastecendo cerca de 124 milhões de pessoas.
A energia solar também avançou, com uma capacidade de 34 GW, o correspondente a 15,4% da matriz elétrica. Projeções indicam que, até 2050, a energia solar ultrapassará a capacidade instalada da hidreletricidade no país.
Vale mencionar também a biomassa, proveniente sobretudo da produção do etanol de cana e milho. É uma fonte que apresenta grande potencial de expansão no país, graças à diversidade de culturas agrícolas e à abundância de matéria orgânica que pode ser utilizada na geração de bioenergia.
A fronteira do hidrogênio verde
Outra alternativa que vem ganhando espaço na busca por uma matriz energética mais limpa e sustentável é o hidrogênio verde, também conhecido como H2V. Diversos países, especialmente na Europa, têm investido em projetos nessa fonte de energia.
No Brasil, há expectativas de investimentos significativos nessa área, com projeções indicando uma demanda de 2,8 milhões de toneladas anuais de H2V até 2040. No entanto, a indústria do hidrogênio verde enfrenta diversos desafios tecnológicos, de regulamentação e de mercado, que exigem atenção. A seguir, o leitor encontrará matérias que exploram os temas aqui expostos.
Infraestrutura: a base do desenvolvimento
Números comprovam o potencial da infraestrutura, da logística e da mineração sustentável no Brasil
Motivos para convencer empresas e investidores internacionais a injetar recursos no Brasil não faltam.
Trata-se da maior economia da América Latina e da segunda das Américas. E estamos falando de uma das dez maiores economias do mundo, dona da quarta maior malha rodoviária do planeta.
Para se tornar ainda mais competitivo e continuar crescendo, o país está investindo fortemente em suas redes logísticas e de transporte. E o governo brasileiro espera atrair 10 bilhões de dólares em investimentos privados para ajudar a expandi-las.
Para 2023, estão previstos 51 projetos relacionados a aeroportos, rodovias, portos, infraestrutura hídrica, parques e florestas, mobilidade urbana, saneamento e iluminação pública. Tudo para favorecer novas oportunidades de negócios, além de vantagens comerciais para empresas instaladas de norte a sul. Leia mais aqui.
O boom do mercado de saneamento
Ao prever a universalização dos serviços de água e esgoto até 2033, Marco Legal do Saneamento Básico abre portas para empresas privadas que buscam um ambiente mais seguro e próspero para investir
Poucas vezes o setor de saneamento básico movimentou tanto dinheiro no Brasil.
Só no primeiro semestre do ano, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) destinou cerca de 3,7 bilhões de reais para investimentos em saneamento, valor 929% maior do que o financiamento registrado durante o ano de 2020, quando foi aprovado o Marco Legal do Saneamento Básico.
Muita coisa mudou de lá para cá. A nova legislação definiu metas para a melhoria da prestação do serviço por parte das companhias estaduais de água e esgoto, e uma série de indicadores que devem ser levados em conta no momento da renovação de contratos. Na prática, o marco legal abriu o mercado à iniciativa privada, proporcionando diversas oportunidades de investimento.
Nos últimos três anos, foram gerados 64 bilhões de reais em investimentos contratados, segundo a Associação e Sindicato Nacional das Concessionárias Privadas de Serviços Públicos de Água e Esgoto (Abcon-Sindcon). Pelo menos 18 grandes projetos saíram da gaveta desde 2020, como o leilão da Companhia Estadual de Águas e Esgoto (Cedae), do Rio de Janeiro, que movimentou mais de 22 bilhões de reais.
O leilão de saneamento do consórcio formado por 61 municípios de Alagoas e de Maceió, que atendem mais de 1 milhão de pessoas no Nordeste do país, também chamou atenção do mercado. O projeto foi estruturado pelo BNDES, que preparou um pipeline de concessões no setor.
Agora o BNDES volta a se debruçar sobre estudos relativos a novas concessões e parcerias público-privadas (PPPs). Há pelo menos 12 projetos em estruturação, com destaque para o leilão da companhia de saneamento de Sergipe, a Deso, prevista para o primeiro trimestre de 2024, com investimento estimado de 7 bilhões de reais, e da Companhia de Saneamento do Pará (Cosanpa), que deve acontecer até o final do ano que vem. Leia mais aqui.
O maior hub de inovação da América Latina
Com 203 milhões de habitantes, Brasil atrai milhares de startups e se destaca como maior hub de inovação da América Latina
Junto da reconhecida potência no agronegócio ou em energia renovável, existe um Brasil líder também em inovação na América Latina e Caribe e em contínua ascensão.
Pelo terceiro ano consecutivo, o país subiu posições no Global Innovation Index (GII), o mais amplo e conceituado ranking internacional de avaliação dos países em relação aos seus ecossistemas de inovação.
Na edição de 2023, divulgada recentemente pela Organização Mundial da Propriedade Intelectual (WIPO, na sigla em inglês), que realiza o estudo, o Brasil foi o que mais avançou na classificação — subiu cinco degraus —, consolidando-se entre as 50 economias mais inovadoras do mundo.
Segundo Sacha Wunsch-Vincent, coeditor do GII, o desempenho em inovação do país é tão expressivo que tem consistentemente superado o seu próprio nível de desenvolvimento.
“Isso é fruto de esforços sustentados do Brasil para converter recursos de inovação, como a capacidade do setor corporativo de impulsionar a pesquisa e o desenvolvimento e, em geral, a excelente infraestrutura nacional de P&D, que leva a resultados como manufatura de alta tecnologia, produção de software e capacidade de produzir unicórnios”, argumenta.
Um ecossistema robusto
Os resultados positivos no GII refletem o papel fundamental da tecnologia em avanços relevantes do país nos últimos anos, permeando todos os setores, desde a inclusão de mais pessoas no sistema financeiro até a melhoria do acesso à saúde na pandemia ou o aumento da produtividade e da sustentabilidade no agronegócio.
O Brasil tem hoje um ecossistema substancialmente mais robusto, na visão de Eduardo Fuentes, chefe de pesquisa da plataforma de inovação Distrito.
“Os empreendedores estão cada vez mais capacitados. Contamos com um número crescente de investidores dispostos a apostar no país, as corporações reconhecem a inovação aberta como um caminho viável para melhorar seus negócios e temos um governo com uma agenda positiva em relação a esse assunto”, diz.
Esse amadurecimento explica a liderança absoluta do Brasil em número de startups na América Latina, firmando-se como o grande hub de inovação da região. São mais de 13.000 startups, representando 62,9% do total, bem à frente do segundo colocado, o México, com 11,7%, de acordo com o estudo Panorama Tech América Latina 2023, realizado pela Distrito.
O país é também o campeão latino-americano em número de unicórnios, startups avaliadas em pelo menos 1 bilhão de dólares antes de abrirem capital: são 24 companhias, segundo o levantamento, o que significa que mais da metade dos unicórnios de toda a América Latina, que somam 45, está aqui.
Fintechs se destacam
O mercado financeiro é historicamente o mais forte em inovação no Brasil, abrigando o maior número de startups e concentrando o maior volume de investimentos. Fuentes salienta que, apesar da maturidade do segmento, avanços consideráveis estão acontecendo, especialmente devido a uma agenda pró-inovação altamente positiva do Banco Central nos últimos anos.
“Essa abordagem tem sido fundamental para garantir um maior acesso da população a produtos financeiros, resultando na inclusão de 75 milhões de brasileiros no sistema bancário nos últimos anos. Com uma diversidade maior de opções, a concorrência se intensificou, elevando o padrão geral para todos os produtos e serviços bancários”, afirma.
Terreno fértil para startups estrangeiras
O dinâmico mercado brasileiro — não só produtor de tecnologia mas grande consumidor de inovação — é também um destino atrativo para startups de fora do país
Apoio à entrada de novas soluções
O dinâmico mercado brasileiro — não só produtor de tecnologia mas grande consumidor de inovação — é também um destino atrativo para startups estrangeiras, que buscam ganhar tração. E há espaço para crescer. Com uma população de 203 milhões de habitantes e o maior Produto Interno Bruto (PIB) da América Latina, o mercado nacional é imenso tanto em número de consumidores quanto em capacidade para abraçar novas soluções. “Também estamos bem colocados quanto à penetração da internet, com uma taxa de 81%, o que facilita o desenvolvimento de soluções tech por aqui”, pontua Eduardo Fuentes.
Esses fatores chamam a atenção de startups de fora, muitas provenientes de mercados vizinhos, que veem no Brasil uma oportunidade de expansão. “O fenômeno é observado em todos os setores, desde o financeiro até o imobiliário”, destaca.
É o caso da Rappi, startup colombiana de delivery, cujo ingresso no mercado brasileiro teve peso relevante para que a empresa atingisse o status de unicórnio em 2018. De acordo com Tijana Jankovic, vice-presidente global de negócios da Rappi, a maior base de usuários é exatamente o Brasil, ao lado do México. “Foram esses dois mercados que colocaram a companhia como um grande player de patamar mundial, na América Latina”, comenta.
Primeiro, porque o Brasil garante fatores macroeconômicos que favorecem a expansão e a sustentabilidade de negócios como o da Rappi, como grande representatividade de população urbana, alta digitalização da população e um segmento de usuários com elevado poder aquisitivo.
Depois, nas palavras de Tijana, porque dos nove mercados em que a startup atua, o Brasil tem, de longe, o maior nível de exigência de produto, tecnologia e atendimento ao cliente. “Com isso, a Rappi teve que se desenvolver muito no aspecto tecnológico e operacional para, de fato, atender o usuário brasileiro com a melhor experiência possível. Esse know-how adquirido no Brasil fez com que a Rappi se desenvolvesse e se destacasse em todos os mercados onde opera”, afirma.
Outro exemplo bem-sucedido é o da israelense DockTech. Usando inteligência artificial e dados dinâmicos, a empresa reproduz digitalmente as condições do leito marinho de portos e vias de navegação em tempo real, aumentando a eficiência e a segurança das operações marítimas e portuárias.
A startup entrou no mercado brasileiro com o suporte do ScaleUp in Brazil, programa premiado pela ONU da ApexBrasil e da Associação Brasileira de Private Equity e Venture Capital (ABVCAP) que apoia empresas internacionais inovadoras com a metodologia e as ferramentas necessárias para que comecem a operar no país.
“O programa foi fundamental para que a DockTech fosse exposta aos players brasileiros e entendesse a melhor forma de atuar no nosso mercado. O objetivo foi trazer maturidade à empresa para que tivesse sucesso por aqui”, explica Raquel Kibrit, que foi a country manager da startup nesse processo de ingresso no mercado.
Missão cumprida. Associada à Wilson Sons, maior operadora integrada de logística portuária e marítima do Brasil, a israelense acaba de protagonizar um marco no país: depois de um acordo de cooperação técnica com o Porto de Santos, o maior complexo portuário da América Latina, a empresa assinou o primeiro contrato comercial de uma autoridade portuária, a Portos RS, com uma startup.
Por meio dos rebocadores da Wilson Sons e outras embarcações que operam na região, a companhia vai monitorar o leito de mais de 754 quilômetros de vias navegáveis administradas pela Portos RS, em Rio Grande, Pelotas e Porto Alegre, no sul do país.
Esses são alguns exemplos de como o Brasil não só é celeiro de startups como também um porto seguro para aquelas que, por aqui, querem atracar.
Why Brazil?
A resposta está na edição especial da EXAME em parceria com a Apex. Clique aqui para conferir.
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