'Volta, Priscila': saiba mais sobre o caso do desaparecimento de Priscila Belfort (Volta, Priscila/ Disney+/Divulgação)
Repórter de POP
Publicado em 25 de setembro de 2024 às 12h20.
Última atualização em 25 de setembro de 2024 às 12h21.
No dia 9 de janeiro de 2004, um crime chocou o Brasil: Priscila Belfort, irmã do então lutador de boxe Victor Belfort, desapareceu em uma das mais movimentadas avenidas do Rio de Janeiro, aos 29 anos. Duas décadas depois, o caso segue sem solução — e agora é tema da mais nova série documental "Volta, Priscila", que estreia nesta quarta-feira, 25, no Disney+.
Dirigida por Eduardo Rajabally e produzida por Pródigo Filmes, a série documental é dividida em quatro episódios e promete recordar a história do caso, com depoimentos de familiares, amigos e especialistas, além de trazer teorias e imagens inéditas, para a trama, que envolve a polícia e a mídia.
Em média, o Brasil registra cerca de 80 mil casos de desaparecimento por ano, segundo o Anuário da Segurança Pública 2024. Em 2023, o número foi de 80.317, aumento de 3,2% em comparação com os números de 2022. A maior parte dos desaparecidos são crianças, adolescentes e idosos.
A minissérie documenta estreia nesta quarta-feira, 25, no Disney+.
09/01 (sexta-feira - dia do desaparecimento): Priscila acorda com cólica e indisposta. Sua mãe, Jovita Belfort, a leva de carona para o centro do Rio, onde trabalhava num prédio localizado na Avenida Presidente Vargas. Priscila chega no escritório por volta de 11h e faz algumas ligações telefônicas. Um funcionário do prédio em que Priscila trabalha a vê caminhando, desatenta, pela última vez por volta das 13h na Avenida Marechal Floriano. Jovita disse que Priscila estava com pouco dinheiro, sem cartões de banco e o celular estava descarregado. Com 1.74m de altura, a jovem usava calça cinza, blusa quadriculada, casaco azul e uma bolsa tiracolo. À noite, Vitor registra um boletim de ocorrência sobre desaparecimento da irmã na 14ª DP, localizada no Leblon.
10/01 (sábado): A família e amigos se revezam e faz buscas ininterruptas por Priscila pelas ruas de todas as regiões da cidade do Rio de Janeiro.
11/01 (domingo): É veiculada pela primeira vez em rede nacional a notícia do desaparecimento de Priscila Belfort no programa Domingo Legal (SBT).
12 e 13/01: Angustiados, amigos e parentes distribuem panfletos com a foto de Priscila e números do Disque Denúncia. No dia seguinte, dezenas de outdoors são espalhados pela cidade. Na ocasião, o Disque Denúncia recebe as primeiras ligações sobre o caso, mas nenhuma pista concreta. Equipes da 14ª DP iniciam buscas em hospitais e no IML.
14/01: É o aniversário de 50 anos de Jovita, mãe de Priscila. Ela cancela a comemoração, que seria organizada pela filha. Joana e Vítor também decidem cancelar a lua de mel em Miami. A polícia passa a considerar o desaparecimento um possível crime de extorsão mediante sequestro e o caso passa a ser conduzido pela Delegacia Antissequestro (DAS).
18/01: Celebridades como Bernardinho, Eri Johnson, Marcio Garcia e Mario Gomes se reúnem em ato público em apelo por informações. A família pede em cadeia nacional para que parem de mandar pistas falsas. No ato, é utilizada pela primeira vez a camiseta “Volta, Priscila”.
20/01: A polícia inicia buscas em outros estados após dezenas de ligações recebidas, mas sem sucesso e sem uma linha de investigação. Família e amigos não têm ideia do que pode ter acontecido.
31/01: Em Las Vegas, Vitor Belfort conquista o cinturão dos meio-pesados do Ultimate Fighting Championship (UFC), 22 dias após o desaparecimento de sua irmã. Na ocasião, comentou: "Só pensava nela quando entrei no ringue". Volta Priscila traz cenas marcantes deste dia de vitória enquanto os familiares seguiam nas buscas por Priscila no Brasil.
01/05: O Disque Denúncia passa a oferecer recompensa no valor de R$ 5 mil para pistas que levem à Priscila. É a primeira vez que um desaparecimento tem remuneração por denúncias na cidade do Rio de Janeiro.
01/07: O chefe do tráfico do Morro da Providência, Dão, cuja quadrilha é acusada de estar envolvida no desaparecimento de Priscila, é preso. Cinco dias depois ele é solto por falta de provas.
10/09: A polícia faz a primeira operação no Morro da Providência em busca de uma garagem desativada onde estaria Priscila segundo múltiplas ligações recebidas no Disque Denúncia. Os agentes não encontram vestígios do corpo de Priscila.
20/12: A 127ª DP de Búzios recebe uma denúncia anônima garantindo que o corpo de uma mulher, que foi encontrado carbonizado dentro de um Astra preto, é o de Priscila. Poucas semanas depois, o Disque-Denúncia recebe a mesma informação.
26/04: A família faz exame de DNA para identificar se o corpo encontrado era o de Priscila e o resultado é negativo. Até hoje, o caso não obteve uma conclusão.
Mesmo depois de duas décadas, a investigação sobre o caso não foi tão frutífera, limitando-se a becos sem saída, pistas falsas e teorias, gerando falsas esperanças para familiares e amigos. Até hoje, o caso não obteve uma conclusão.