Titanic: como foram recuperados os corpos do naufrágio mais famoso do mundo? (Pictures from History/Universal Images Group/Getty Images)
Redação Exame
Publicado em 29 de dezembro de 2023 às 08h00.
Há mais de um século, o Titanic tornou-se protagonista de uma das tragédias mais marcantes da história da navegação mundial. Saindo de Southampton, na Inglaterra, com destino a Nova York, nos Estados Unidos, o imponente navio, pesando 46 mil toneladas e com 269 metros de comprimento, teve seu destino trágico selado a cerca de 600 km do Canadá, onde seu casco foi partido ao meio por um iceberg, apenas quatro dias após o início da viagem, em 1912.
Na fatídica noite de 14 de abril, o naufrágio do Titanic, mesmo após sinais de socorro em código Morse ("CQD" seguido pelo universal "SOS"), resultou na perda de 1,5 mil vidas. As mensagens alcançaram outros navios e estações de rádio na Europa, desencadeando um resgate que persistiu até as 8h30 do dia 15, quando 705 sobreviventes foram transferidos para terra firme por botes salva-vidas.
Das 2.224 pessoas a bordo, estima-se que 1.517 morreram assim que o navio afundou, menos de três horas depois de atingir o iceberg. Outras 340 foram encontradas com coletes salva-vidas na superfície do oceano, mas já sem vida. Porém, 1.160 corpos nunca foram encontrados.
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O complicado resgate dos corpos que permaneceram no mar foi confiado ao CS Mackay-Bennett, designado como o navio mortuário do Titanic. Enviado do porto de Halifax, no Canadá, o Mackay-
Bennett deparou-se com uma cena chocante, encontrando corpos "espalhados pela superfície, parecendo um bando de gaivotas", conforme relatou o capitão Frederick Harold Larnder ao The Washington Post. A equipe, inicialmente mal equipada, improvisou, envolvendo os corpos em lonas quando os recursos se esgotaram, armazenando-os em compartimentos refrigerados.
Nos primeiros dias da operação, 51 vítimas foram recuperadas, aumentando para 119 até 22 de abril. Contudo, a quantidade de corpos excedeu a capacidade do Mackay-Bennett, levando a uma decisão difícil: alguns corpos foram ponderados com barras de ferro e enterrados no mar. A análise subsequente sugere que muitos desses corpos eram de passageiros de terceira classe, identificados pelas roupas encontradas.
Atualmente, mais de cem anos depois, os destroços do Titanic permanecem no fundo do Oceano Atlântico, enfrentando uma deterioração iminente causada por ondas de lama e micróbios que consomem o ferro da embarcação.
Apesar da notável jornada das expedições em busca dos resquícios, persiste a incógnita sobre o destino dos corpos nunca localizados nas profundezas do oceano.
(Com informações de Agência O Globo)