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The Town: apresentações de Maroon 5 e Ludmilla lideram o dia; veja tudo sobre o festival

Terceiro dia do festival também foi marcado por shows de Chainsmokers, Maria Rita, Ne-Yo e Joss Stone

The Town: o grupo Maroon 5 foi o headliner desta quinta-feira de festival (Wesley Allen/Reprodução)

The Town: o grupo Maroon 5 foi o headliner desta quinta-feira de festival (Wesley Allen/Reprodução)

Publicado em 8 de setembro de 2023 às 14h43.

O terceiro dia do The Town, que ocorreu nesta quinta-feira, 7, contou com um Autódromo de Interlagos bastante cheio mesmo que o dia tenha sido um dos únicos, entre os outros cinco, que não apresentou esgotamento de ingressos.

Além das músicas e apresentações, o dia foi marcado por alguns tumultos entre aqueles que tentavam acessar aos palcos e outros que se fixaram em pontos estratégicos para não perder a melhor visão dos shows de seus ídolos. Uma brusca virada de tempo, em uma tarde que começou ensolarada e, em poucas horas, foi tomada pela queda de temperatura e garoa, também pegou o público de surpresa.

O headliner da vez foi o grupo Maroon 5 - que fez uma apresentação com clássicos dos anos 2000 e hits recentes, além de uma simples homenagem ao Brasil. Além do grupo principal, o festival foi sacudido por outros nomes do cenário nacional e internacional, como Chainsmokers, Joss Stone, Ludmilla, Ne-Yo e Maria Rita.

O The Town estimou, segundo os organizadores, cerca de 100 mil pessoas para esta quinta-feira.

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Maroon 5

O show da banda Maroon 5 era o mais esperado desta quinta-feira. No palco Skyline, as pessoas cantaram e dançaram sob uma mistura de emoções de paixão e nostalgia. O grupo preparou canções antigas como "Makes Me Wonder", "Payphone" e "This Love"e outras menos românticas, como "Moves Like Jagger".

Durante a apresentação, o vocalista Adam Levine declarou seu amor pelo público brasileiro: "nós amamos este país". A frase não chega a ser novidade, pois o artista também já abriu um show com essa declaração, em sua passagem por São Paulo no ano passado.

O carinho até pareceu genuíno, mas essa repetição em um espaço tão curto de tempo deixou parte do público ficou decepcionado. Para eles, o show não trouxe tantas novidades que justificassem tamanha espera em longas filas — além de ter que ficar de pé por horas.

A interação com o público, também dividiu opiniões: em diversos momentos, Adam Levine usou a passarela do palco para se aproximar da plateia e garantir melhor interação. Mesmo que a atitude tenha levado alguns ao delírio, outros não ficaram tão tocados, sob justificativa da falta de carisma e personalidade do líder do grupo.

Ao final da apresentação, os integrantes da banda levantaram o ânimo ao aparecerem com a camisa da Seleção Brasileira, ao som de "Sugar" e "She Will Be Loved". E desta vez, a interação de Levine com o público pareceu voltar ao estilo de vários shows do grupo na década passada.

Ludmilla

Ludmilla, que já acumula mais de dez anos de carreira, aterrissou no palco Skyline em um cofre dourado ao som de helicópteros. A apresentação contou com banda ao vivo, jogos de luzes e de câmeras bastante dinâmicos, que relembram em partes a estética da última turnê da espanhola Rosalía.

Além disso, a artista trouxe aos palcos claras alusões à uma de suas maiores referências: a cantora norte-americana Beyoncé. A performance foi dividida em três atos, na qual trouxe ao público grandes hits da sua trajetória. A apresentação começou com “Hoje”, de 2014, “Sou Má”, lançada no ano passado e “Onda Diferente”, faixa em parceria com Anitta e Snoop Dogg, de 2019.

A apresentação também trouxe ao público a atualização de seu repertório. A faixa “Sintomas de Prazer”, por exemplo, já acumula mais de sete milhões de streams no Spotify e é do seu último álbum, intitulado “Vilã”.

Durante a performance da música, a artista dançou ao lado da esposa, a influencer digital e dançarina Brunna Gonçalves, que foi uma das participações surpresas e levou os presentes a um grande momento de frenesi. Quando cantou “Toda Forma de Amor”, Ludmilla chamou ao palco o cantor Lulu Santos. A música levantou uma das grandes bandeiras defendidas por Ludmilla: que as pessoas consigam ser o que quiserem. Além disso, durante a performance de “Verdinha”, de 2019, a artista fez menção clara em apoio à legalização da maconha no Brasil.

Outro destaque que merece ser mencionado foi o time de dançarinos da artista. Conhecidos como “ballet da Lud”, os dançarinos tiveram papel importantíssimo para definir o tom da apresentação. Em momentos de troca de figurino da cantora, os profissionais ocuparam o palco e entreteram o público de uma forma divertida e espontânea.

A artista também aproveitou a oportunidade para anunciar que trará seus shows aos navios.

Levando todos estes elementos em consideração, não é exagero nenhum definir a apresentação da cantora como uma das performances mais completas do festival até agora, onde nem o indício de chuva, que não estava prevista para o dia, abalou a plateia presente. O show no The Town foi oportunidade encontrada pela artista para mostrar sua maturidade musical, que se consolida como um nome relevante em três diferentes estilos: no pop com músicas como “Deixa de Onda”, no funk com “Baile de Favela” e no pagode, com faixas do álbum Numanice.

Joss Stone

A artista britânica de soul Joss Stone entrou no line-up para substituir o cantor Liam Payne, ex-membro do boy group One Direction, que cancelou sua presença no festival em decorrência de uma infecção.

Com um tapete nos palcos, vestido solto e pés descalços, a performer parecia bastante em casa com o público brasileiro. Durante a performance no Skyline, Stone trouxe músicas dos seus 20 anos de carreira.

A cantora apresentou o seu último trabalho, “Never Forget My Love”, que foi lançado em 2022. Sorridente, Stone trouxe ao público uma atmosfera dançante onde muitos dos espectadores se organizavam entre os amigos para dançar e aproveitar o som.

Dentre as músicas, a artista trouxe para o ao vivo músicas como “Super Duper Love” do álbum “The Soul Sessions”, de 2003. Stone também aproveitou para fazer algumas homenagens, como a sua versão do clássico “Say my name”, do girl group Destiny’s Child, amplamente conhecido pela plateia. A apresentação finalizou com gostinho de quero mais com a apresentação de “Some Kind of Wonderful”, também de 2003.

Maria Rita

Considerada uma das principais cantoras do MPB atual, Maria Rita atraiu para o The Town os amantes do gênero e de ritmos brasileiros bem descontraídos, que unem os estilos contemporâneos com os antigos. A artista foi a primeira a se apresentar no terceiro dia do festival, no palco The One. Ela e sua banda fizeram o público dançar sob o som de Jazz e Samba.

"Meu propósito para esse show era colocar o samba e o jazz no mesmo lugar. Eles têm a mesma raiz e histórias semelhantes na música. Eles nasceram na mesma década e nas periferias de grandes cidades. Cada seguiu uma história diferente, mas são primos. Não apenas por terem vindo da mesma raiz, mas por terem uma riqueza melódica, harmônica e poética. Então, para cutucar um pouquinho, venho com esta proposta", declarou a cantora durante o show.

Ela resgatou também canções de seu álbum "Redescobrir" (2012), com canções que foram cantadas originalmente por sua mãe, a renomada cantora Elis Regina.

Clássicos como "O Bêbado e o Equilibrista" e "Como Nossos Pais" trouxeram não apenas a sensação de nostalgia, como também conquistaram muitos jovens que assistiam ao show. E como é de tradição, a cantora brincou com os ritmos, demonstrou irreverência e muito carisma.

Entre as músicas contemporâneas, Maria Rita apresentou várias canções autorais românticas, que aqueceram a atmosfera entre muitos casais que estavam próximos do palco.

Ne-Yo

Ne-Yo não decepcionou os fãs que buscavam um show eletrizante, com as canções mais icônicas de sua carreira, sobretudo quando suas músicas estavam entre as mais tocadas nas rádios, nos anos 2000.

No The One, o cantor norte-americano destacou vários hits que marcaram o início de sua carreira no pop e R&B, como "So Sick", "Because of You", "Irreplaceable" e "Give Me Everything".

Essa foi a primeira vez que o artista se apresentou no Brasil, e o performer surpreendeu o público com a voz e presença de palco, além das coreografias. Conectado com a plateia, o cantor se apresentou em um mar de luzes de celular quando cantou algumas de suas canções mais românticas.

O show também contou com hits de nas rádios nos anos 2000, como "One In a Million", "Champagne Life" e "Miss Independent".

Durante a apresentação, em um momento surpresa, Ne-Yo chamou garotas brasileiras da plateia para dançar ao seu lado no palco. Após elas dizerem seus nomes e cidades onde residiam, o cantor promoveu uma "batalha de dança" entre as convidadas, na qual cada uma pôde fazer um solo. Em seguida, elas passaram por uma votação popular. No fim, a convidada com "maior gingado" conquistou o carinho do público e foi eleita vencedora.

Foi consenso geral que o show surpreendeu, não só pela nostalgia de ouvir músicas mais antigas, como também pela personalidade do cantor.

Chainsmokers

No palco Skyline, o grupo Chainsmokers fez um show que atendeu as expectativas de quem queria ritmos eletrônicos e conhecidos hits do pop rock.

A dupla alternou entre trechos de outros artistas e também autorais. Como era esperado, eles apresentaram "Don't Let me Down" e "Closer", a canção que fez o duo estourar nas paradas musicais em 2016.

Em relação ao setlist, os DJs-produtores Andrew Taggart e Alex Pall contaram com diversos estilos, como indie, pop, rock e o dance para mesclar com as batidas eletrônicas. Entre os "covers", estavam trechos de músicas das bandas Fall Out Boy, Blur, Robyn, Red Hot Chili Peppers e The Verve. "Something Just Like This", canção produzida em parceria com o Coldplay, foi outro destaque, desta vez cantada por Andrew.

Semelhante à apresentação de Alok, Andrew e Alex usaram pirotecnia, fogos de artifício, chamas e fumaça para agitar a plateia. Embora não tenham o mesmo arsenal tecnológico do brasileiro, a tática da dupla norte-americana deu certo para animar o público. Na frente do palco, poucos resistiram a dançar os hits.

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