The Last of Us: fungo da série existe na vida real? (The Last of Us/ HBO/Reprodução)
Repórter de POP
Publicado em 14 de abril de 2025 às 15h53.
A segunda temporada de "The Last of Us" chegou ao streaming neste domingo, 13, para retomar a história de Joel (Pedro Pascal) e Ellie (Bella Ramsay). A trama, baseada no jogo homônimo, fala sobre a sobrevivência da humanidade após uma espécie de apocalipse zumbi — as pessoas são infectadas por um fungo capaz de controlar o cérebro dos humanos, em uma relação parasitária. E o que mais assusta é que esse tipo de fungo existe, de fato.
Na adaptação da HBO, a doença, chamada de Infecção Cerebral do Cordyceps (CBI), se espalha rápido e é transmitida por uma mordida ou contato do fungo com mucosas, como boca e nariz. O humano que se torna hospedeiro do fungo perde o controle da própria mente e do resto do corpo, à mercê do parasita.
Apesar de ser uma história de ficção, o fungo retratado na série está longe de ser imaginário. Foi baseado em um que existe na vida real, chamado de Cordyceps, capaz de controlar as ações e o cérebro do hospedeiro escolhido. E ele não é exatamente novo: está na Terra há cerca de 48 milhões de anos, e há casos de sua atuação no Brasil.
Por mais estranho que soe, o Ophiocordyceps unilateralis (a mesmíssima espécie citada na série) pode, de fato, entrar em uma relação parasitária em um hospedeiro e, assim, tomar controle de seu cérebro e outros membros. A diferença é que esse vírus só consegue fazer isso com insetos — em específico com algumas espécies de formigas e outros artrópodes.
Sua atuação no corpo do hospedeiro é bem parecida com o descrito em The Last of Us: o Cordyceps toma controle das formigas aos poucos, enquanto consome as estruturas musculares desses insetos. A relação parasitária é silenciosa: duas semanas após a infecção, o fungo consegue atingir o controle do sistema nervoso central das formigas, transformando-as em uma espécie de zumbi.
Assim que o inseto morre, o fungo espalha seus esporos para infectar novas formigas e, assim, perpetuar na natureza.
Hoje, o fungo Cordyceps não consegue ir além de uma formiga. Mas, se evoluir, seria ele capaz de infectar a mente humana? A resposta a essa pergunta é um pouco mais complexa. Cérebros de animais invertebrados funcionam de maneira muito mais primitiva do que a de animais vertebrados — como é o casa dos seres humanos.
Diferente do apontado na série, não é só por causa da temperatura corporal que o vírus não consegue se instalar no cérebro humano. Há também uma questão de infecção e das defesas do nosso corpo, que são bastante diferentes das existentes em formigas.
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Ou seja, para atingir a humanidade em um cenário semelhante ao de The Last of Us, o fungo teria que sofrer talvez milhares de anos para evoluir o suficiente para usar os humanos como hospedeiros. E a infecção também não seria de uma noite para outra: levaria um certo tempo para o Cordyceps parasitar o nosso corpo.
Ainda que seja controverso e assustador, hoje, o Cordyceps é inclusive utilizado na medicina humana. É ele quem auxilia, por exemplo, no tratamento de anemias, imunidade baixa, recuperação de cirurgia, tumores e até mesmo para tratar a disfunção erétil.
Em países do Oriente, como China e Japão, o fungo chega a ser vendido em pacotes para tratamento de determinadas doenças.
Os próximos episódios de "The Last of Us" vão ao ar nos canais da HBO todos os domingos, a partir das 22h, no horário de Brasília. No mesmo período, o episódio também é liberado no streaming da Max.
O segundo episódio da série estreia no dia 20 de abril, às 22h.
Além de Pedro Pascal e Bella Ramsey, a série também conta com Anna Torv, Gabriel Luna, Merle Dandridge, Nico Parker, Nick Offerman, Murray Bartlett e Storm Reid.