The Last of Us: último episódio foi ao ar neste domingo, 12 (The Last of Us/ HBO/Divulgação)
Repórter de POP
Publicado em 13 de março de 2023 às 03h10.
Última atualização em 13 de março de 2023 às 03h15.
A primeira temporada de The Last of Us chegou ao fim neste domingo, 12. O último episódio da série, "Look for the Light" (Procure a Luz), encerra a primeira parte da história — e a interrompe no mesmo momento do primeiro jogo.
Veja a crítica completa de todos os episódios da série aqui.
Com 45 minutos, o episódio tem a assinatura de direção de Ali Abbasi (Holly Spider e Border) e leva o público ao desespero com o ponto mais emocionante da história Joel (Pedro Pascal) e Ellie (Bella Ramsay): a chegada ao hospital dos Vaga-lumes e a possível cura para o fungo Cordyceps. Tudo o que se desenvolve até que ambos cheguem ao local também torna a dinâmica dos protagonistas ainda mais densa.
O episódio também contou com a presença de Ashley Johnson (Anna), que interpretou a própria Ellie nos jogos.
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Foram, ao todo, nove episódios acompanhando a trágica jornada de Joel e Ellie, seus momentos de descontração, suas perdas, suas lembranças. Mas para esse capítulo em específico, ver os novos diálogos entre os dois, mais longos e profundos, mais sinceros em alguns pontos e desesperadoramente mentirosos em outros, deixou a atmosfera da série bastante tensa para a próxima temporada.
ATENÇÃO: a partir daqui esse texto contém spoilers do episódio 9 de The Last of Us!
Desde o início da série, apesar do enredo ter foco em ambos os personagens, o público acompanha de perto a dor de Joel após a perda da filha, Sarah (Nico Parker). Ao longo da jornada ao lado de Ellie, ele vai, aos poucos, encontrando na personagem de Bella Ramsay sua segunda chance: proteger sua nova filha, a pessoa que ele se permitiu amar.
The Last of Us, desde o jogo, trabalha muito bem a demonstração do amor entre os personagens sem fazer o uso dos diálogos. Seja na hora de colocar um cinto de segurança, nos sonhos para o futuro, nas piadas, na proteção, nos ensinamentos e, enfim, no toque físico de um abraço, nunca foi preciso usar palavras para que Joel descrevesse seu amor por Ellie. Essa foi uma escolha consciente na série.
Nesse capítulo, entretanto, há uma mistura de sentimentos tanto dos diálogos quanto das ações de cada um dos personagens. É a primeira vez, depois de nove episódios diante de um Joel carrancudo, que vemos ele abrir seus sentimentos com Ellie, contar sobre seu passado de maneira voluntária, compartilhar seus sonhos, envolvendo-a neles. É inédita também a revelação que o protagonista faz de mostrar a ela que a cura de todo o seu sofrimento pela perda de Sarah estava ali, bem na frente dele.
O mesmo pode ser dito para Ellie. Distraída nos primeiros minutos do episódio, ela mesma deixa claro que, assim que terminar a tarefa que era seu destino, estaria disposta a segui-lo onde quer que fosse. A adaptação, nesse ponto, conseguiu tornar as cenas ainda mais calorosas para o público, nota-se ali um amor genuíno que vem sendo trabalhado desde o início de The Last of Us. E é lindo de se assistir.
Outro ponto impossível de não ser comentado foi a fotografia desse episódio — que já traz um alto nível de qualidade desde o primeiro episódio. Toda a cena com as girafas foi gravada com um animal real, embora todo o resto do cenário tenha sido produzido por efeitos especiais. A composição dos cenários só acrescentou na história dos protagonistas.
As cores utilizadas nesta cena com os animais também foi intencionalmente clara. É a contradição escancarada nos sentimentos de Joel: quando está ao lado dela em um contexto mais feliz, as filmagens são mais claras. Quando há tensão no ar, a paleta tende a ficar mais escura, com tons mais frios.
Se todo o diálogo foi mais grandioso, a parte da ação nesse episódio também ficou mais agitada. O primeiro ponto foi perceber qual é o limite que um pai pode chegar e quais são as consequências de seus atos. Para não perder a outra filha, Joel foi capaz de assassinar brutalmente dezenas de pessoas — inclusive médicos, tão escassos e importantes em um contexto de apocalipse.
A decisão dele, além de transpor a vida de outras pessoas, também inibiu o poder escolha de Ellie. E esse é o ponto mais tocante de toda a série, porque não existem personagens de todo bom e de todo ruim. Existem pessoas reais, com propósitos reais, defendendo aquilo que elas entendem como prioridade, ainda que suas atitudes não sejam corretas.
A bem da verdade, The Last of Us chega a seu último episódio com o dilema mais sofrido de todos nas mãos de um homem que já passou por muito até aquele momento. A escolha entre salvar o mundo ou salvar a pessoa que Joel ama, para ele, foi muito simples. O mais importante ali era Ellie. Perder outra filha, depois de lutar tanto por ela, não era uma opção.
Em uma das milhares de entrevistas que fez após o lançamento do primeiro jogo, Neil Druckman diz algo importantíssimo sobre a decisão de Joel, e eu concordo com ele: "O Joel escolheu salvar o mundo, e ele o salvou, sim, ele fez isso. Só que o mundo dele era aquela garotinha".
No fim, a escolha dele será um divisor de águas na relação com Ellie, mais uma marca que ele carregará. E que, na segunda temporada, terá severas consequências.
O episódio 9 foi o último da primeira temporada de The Last of Us. A segunda temporada já foi confirmada pela HBO, mas ainda não há data de estreia. As filmagens também não começaram.
A HBO Max contém, agora, todos os episódios da primeira temporada de The Last of Us disponíveis em seu catálogo.
A HBO exibirá o episódio para assinantes da TV por assinatura que incluam seu pacote. O capítulo estará disponível nos canais 1 e 2 da HBO.
Também no domingo, os assinantes da plataforma HBO Max terão acesso ao nono e último episódio.