The Last of Us: veja a crítica do quarto episódio da série (The Last of Us/ HBO/Divulgação)
O quarto episódio de The Last of Us, que foi ao ar neste domingo, 5, trouxe aos fãs do jogo algo que eles ansiavam ver desde o segundo episódio: a aproximação entre Joel (Pedro Pascal) e Ellie (Bella Ramsay) em uma relação que vai se desenvolver ao longo da série a passos longos.
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Com 50 minutos, "Please Hold My Hand" ("Por favor, segure a minha mão", em português) dá os primeiros passos para expandir o relacionamento dos protagonistas ao mesmo tempo em que avança na história. E termina em clima de tensão — pelo menos para os fãs que não jogaram o jogo.
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ATENÇÃO: a partir daqui esse texto contém spoilers do quarto episódio de The Last of Us!
Aos fãs dos jogos, os dois personagens que aparecem ao final do episódio já são bem reconhecidos. Ainda que com algumas mudanças, a presença deles ali já alerta para um arco de The Last of Us bastante intenso.
Mas para quem segue fiel à série, a emoção vai ter que esperar até o próximo domingo, 12. E o clima de tensão para o encerramento do episódio fez questão de dar espaço para bastante repercussão ao longo da semana.
Aos que reclamaram da fidelidade da adaptação ao roteiro principal pelas escolhas de direção no episódio três, o quarto episódio chegou para agradar tanto o público que já está familizarizado o jogo quanto aquele que é novato e está conhecendo a história pela primeira vez. São várias as referências e cenas basicamente iguais — a ver pelo diálogo engraçado sobre as revistas do Bill que estão no carro.
No entanto, mais do que se ater às cenas parecidas (ou mesmo idênticas), o episódio traz também a construção do relacionamento de Joel e Ellie com mais profundidade, algo que precisa ser explorado para além das gameplays do jogo para, de fato, transportar o público para dentro da história de The Last of Us.
Mesmo antes da HBO liberar o primeiro episódio, as imagens de divulgação já mostravam cenas nas quais os protagonistas interagiam juntos. Talvez uma das mais propagadas foi o diálogo no carro no qual Ellie pergunta se ela é considerada 'família' para Joel. E ele responde: "Não. Você é uma carga a ser transportada". Esse tom da relação, que aparece no início do episódio, vai, aos poucos, se desfazendo nos minutos seguintes.
Depois de ter o primeiro sorriso ao final do episódio três, é em "Please Hold My Hand" que vemos Joel finalmente abrir um pouco mais sobre sua vida pessoal. Vale aqui o destaque para o cuidado dos roteiristas em introduzir a origem da relação entre ele e Tess, além da contextualização de Tommy (Gabriel Luna) após o apocalipse. Mas não é só: a chama do apego paterno, adormecido no personagem após duas décadas, também começa a reacender nesse episódio.
A beleza de The Last of Us reina nesses pequenos detalhes, no ritmo com o qual as relações são apresentadas ao longo da série e evoluem. São elas que, aos poucos, constroem no imaginário do público a perpetuação da jornada de Joel e Ellie, do carrasco ao eterno pai e protetor — característica tão presente de Joel em todos os 50 minutos deste episódio. É a sutileza dos diálogos, dos olhares em momentos de pura tensão, do cuidado com cada passo, da segurança entre os dois.
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De uma zona de quarentena a outra, fica claro que a ameaça de The Last of Us vai muito além do fungo: ela recai sobre os sobreviventes. Se de um lado dos Estados Unidos a Fedra e os Vaga-lumes tiram a vida daqueles que sobraram, no episódio quatro, fica claro que outras zonas de quarentena também reinam pelo autoritarismo.
Por dentro da história de Kathleen (Melanie Lynskey), é possível reconhecer os limites da humanidade no pós-apocalipse e suas maneiras de convencimento para que o autoritarismo persevere. "Please Hold My Hand" é o primeiro episódio no qual o maior perigo são os próprios humanos — e os infectados ficam em plano de fundo.
Outro paralelo que vale a pena ressaltar é a forma como o relacionamento dos protagonistas se intensifica nesse episódio tanto pelas cenas confortáveis — as piadas, o cuidado paternal de Joel — quanto pelas tensas, sobretudo após Ellie fazer sua segunda vítima por meio de uma arma de fogo. Os diálogos e interações deste episódio são intensos em cada detalhe e criam uma atmosfera admirável entre os personagens.
Fechando com chave de ouro, resta a cena de Joel e Ellie rindo em um momento de descontração quando se refugiam em um prédio abandonado. A piada da personagem de Bela Ramsay é a primeira a tirar uma verdadeira gargalhada de Joel, um ponto marcante de relacionamento entre os dois.
Diferente da trajetória dos demais capítulos, o quinto episódio estreia na próxima sexta-feira, 10 de fevereiro, às 23h. A mudança de data vem por causa do Super Bowl, que acontece neste domingo, 12, nos Estados Unidos.
A HBO exibirá o episódio para assinantes da TV por assinatura que incluam seu pacote. O capítulo estará disponível nos canais 1 e 2 da HBO.
Também na sexta-feira, 10, os assinantes da plataforma HBO Max terão acesso ao quinto episódio.
O quinto episódio irá ao ar no dia 10 de fevereiro, sexta-feira, com exibição nos canais e na plataforma de streaming da HBO, a partir das 23h. A mudança do horário tradicional virá por causa do Super Bowl, transmitido no domingo, 12.
Além de Pedro Pascal e Bella Ramsey, a série também conta com Anna Torv, Gabriel Luna, Merle Dandridge, Nico Parker, Nick Offerman, Murray Bartlett e Storm Reid.