Tesla: Além de Musk, Eberhard e Tarpenning, JB Straubel, ex-diretor de tecnologia, e Ian Wright, um dos primeiros engenheiros da empresa, também são considerados cofundadores (Nora Tam/South China Morning Post/Getty Images)
André Martins
Publicado em 10 de novembro de 2021 às 16h22.
Última atualização em 11 de novembro de 2021 às 21h13.
Em outubro, a Tesla se tornou uma das cinco empresas dos Estados Unidos a atingir 1 trilhão de dólares em valor de mercado e entrou para o grupo formado por Google, Amazon, Microsoft e Apple.
Com isso, Elon Musk, CEO e um dos fundadores da empresa, ficou ainda mais rico e segue no topo da lista de maiores bilionários do mundo com fortuna avaliada em 288 bilhões de dólares. Musk tem uma participação acionária de quase 20% na empresa e um plano de compensação de longo prazo que o recompensa com bilhões de dólares em ações adicionais toda vez que atinge as metas de desempenho trimestrais.
Porém, a realidade de aumentar a fortuna a cada novo recorde positivo da Tesla é uma exclusividade de Musk. Entre os cinco fundadores da empresa, apenas dois podem ser considerados bilionários, e um deles é o atual CEO.
Segundo matéria da revista Forbes, apenas Elon Musk colhe os frutos de um trabalho iniciado há 15 anos. Quando a empresa foi fundada seus principais rostos eram outros. Martin Eberhard, antigo CEO da empresa, e Marc Tarpenning, ex-executivo, apresentaram uma novata que prometia ensinar as montadoras gigantes a fazer carros atraentes com emissão zero. Na época, Musk era "apenas" o principal investidor da empresa, que tem o nome em homenagem ao inventor Nikola Tesla.
O que se questiona é como os principais criadores da empresa não são bilionários como Musk atualmente? A resposta é simples. Antes do IPO da empresa em 2010, Musk foi aumentando constantemente sua participação acionária em uma série de nove rodadas de financiamento. Isso diluiu as participações de Eberhard e Tarpenning. Diferentemente da Microsoft e a Alphabet, que criaram vários bilionários entre seus cofundadores, a turbulência dos primeiros anos da Tesla deixou um único cofundador no controle.
Eberhard não forneceu detalhes sobre sua participação na Tesla, mas confirmou que não é bilionário. Ele garante que não está infeliz por não ser bilionário como o atual CEO. "Seja qual for a minha opinião sobre Musk, ainda estou super feliz em ver a revolução do carro elétrico - que, afinal, começamos - gosto de ver essa revolução vencendo", disse.
Tarpenning, hoje sócio da Spero Ventures, uma empresa de capital de risco do Vale do Silício, disse que também ainda possui ações da Tesla, mas não está listado entre seus principais acionistas e nem tem uma gigantesca fortuna.
Além de Musk, Eberhard e Tarpenning, JB Straubel, ex-diretor de tecnologia, e Ian Wright, um dos primeiros engenheiros da empresa, também são considerados cofundadores. Dos que não estão mais na empresa, apenas Straubel, que deixou a Tesla em 2019, atingiu o status de bilionário. Sua participação na empresa pode valer cerca de 1,3 bilhão de dólares, supondo que ele tenha a mesma quantidade significativa das ações da Tesla quando deixou a empresa.
Straubel, atualmente é CEO e cofundador da Redwood Materials, uma startup de reciclagem de baterias. O engenheiro Wright, que se juntou a Eberhard e Tarpenning alguns meses depois de criarem a Tesla, saiu em da Tesla em 2004 para abrir outra empresa de EV. Ele vendeu sua participação há anos. “Não tenho ações da Tesla agora. Claro que eu não poderia imaginar uma avaliação de 1 trilhão de dólares", disse para Forbes.
Apesar de não enriquecer seus principais fundadores, a empresa se tornou sinônimo de uma revolução automotiva global e enriqueceu investidores, membros do conselho e inúmeros investidores inspirados pelo potencial para um futuro de energia limpa.
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