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Telescópio James Webb detecta sinais de vulcões em planeta a 35 anos-luz

Uma análise preliminar sugere que o exoplaneta L98-59d possui uma atmosfera espessa de dióxido de enxofre, mas cientistas questionam a conclusão

Publicado em 21 de novembro de 2024 às 15h46.

Última atualização em 21 de novembro de 2024 às 15h58.

Pesquisadores usaram o telescópio James Webb para estudar o L98-59d, um planeta que orbita uma pequena estrela vermelha localizado a 35 anos-luz de distância, e encontraram indícios de uma atmosfera composta principalmente por dióxido de enxofre (SO₂). A descoberta sugere que a atmosfera pode ser sustentada por intensa atividade vulcânica semelhante à da lua Io, de Júpiter. No entanto, outros cientistas alertam que os dados ainda são inconclusivos. A pesquisa foi publicada no periódico científico The Astrophysical Journal Letters.

Observações iniciais indicam ambiente extremo

O estudo liderado por Banerjee e sua equipe utilizou o espectrômetro NIRSpec do James Webb para analisar a luz filtrada pela possível atmosfera de L98-59d enquanto o planeta transitava diante de sua estrela. Os resultados sugerem que a atmosfera é composta por dióxido de enxofre e sulfeto de hidrogênio (H₂S), gases associados ao vulcanismo. É surpreendente encontrar algo assim em um planeta pequeno que orbita tão perto de sua estrela, em uma região onde a vida é impossível. Até agora, estudos de planetas em condições parecidas, como os do sistema TRAPPIST-1, mostraram apenas rochas áridas e sem atmosfera. Acredita-se que forças de maré causadas pela interação gravitacional com outros planetas do sistema possam aquecer o interior do L98-59d, desencadeando atividade vulcânica.

No entanto, características contraditórias intrigam os cientistas. Apesar de o planeta ter uma densidade que indica uma composição parcialmente aquosa, os dados não apontam sinais de vapor de água em sua atmosfera. Além disso, gases como dióxido de carbono, comuns em planetas vulcânicos, também não foram identificados.

Debate sobre os dados

Banerjee reconhece que os dados são "muito ruidosos e provisórios" e defende a necessidade de observações adicionais para confirmar a presença de uma atmosfera, segundo o site Inverse. Outros especialistas, como o astrofísico Thomas Greene, demonstram ceticismo quanto às conclusões iniciais, sugerindo que a qualidade limitada dos dados dificulta uma análise definitiva.

Outro ponto questionado é a ausência de água e outros gases esperados em um cenário de intensa atividade vulcânica. "Vulcões no Sistema Solar produzem dióxido de carbono, monóxido de carbono e vapor d’água em grandes quantidades. Onde estão esses gases no L98-59d?", questiona o cientista planetário Nick Wogan.

Próximos passos na pesquisa

A equipe de Banerjee planeja mais duas observações de L98-59d com diferentes instrumentos do telescópio Webb, incluindo o NIRISS e o MIRI, que capturam comprimentos de onda mais longos. Esses estudos podem confirmar os resultados preliminares ou levantar novas hipóteses sobre a composição e a origem da atmosfera do exoplaneta.

Embora ainda não se tenha uma resposta definitiva, a pesquisa demonstra os desafios de estudar exoplanetas e revela a diversidade química do universo. "Os planetas rochosos do Sistema Solar têm atmosferas muito diferentes. Estudar exoplanetas pode trazer à tona uma diversidade ainda maior", conclui Banerjee.

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