Watatu Chino, diretor da Ashirase: ideia veio depois de acidente familiar (Ashirase/Honda/Divulgação)
Karina Souza
Publicado em 13 de novembro de 2021 às 10h21.
Última atualização em 13 de novembro de 2021 às 15h14.
A Ashirase, uma startup apoiada pela Honda, está desenvolvendo um conjunto de sensores que devem melhorar a caminhada de pessoas com deficiência visual. O produto, de mesmo nome da startup, usa bases vibratórias flexíveis, que podem ser inseridas nos sapatos e que “avisam” quem está caminhando sobre curvas ou sobre a hora de parar diante de um semáforo. A previsão divulgada pela Honda é a de que a nova solução esteja disponível ao mercado em outubro do ano que vem.
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A vibração é bastante simples de compreender: o dispositivo é acoplado ao sapato, na parte de cima dele. Em seguida, é necessário conectá-lo ao aplicativo da Ashirase, via bluetooth, para que o dispositivo entenda onde o usuário está com o GPS e consiga fornecer os insights de que ele precisa. Quando quem estiver usando tiver que seguir em linha reta, a “palmilha especial” vibra na ponta do pé. E quando o usuário está se aproximando de uma curva à direita ou à esquerda, o sapato vai vibrar para avisá-lo.
“Um acidente sofrido por um dos membros da minha família me motivou a tomar a iniciativa de criar o meu próprio negócio. E assim comecei a Ashirase, usando o programa de apoio da Honda, o IGNITION. Tenho certeza de que vamos nos dedicar ao máximo para realizar o sonho de tornar a mobilidade mais fácil para pessoas com deficiência visual”, diiz Wataru Chino, fundador da Ashirase, em vídeo.
Por enquanto, o projeto inicial do Ashirase ainda não deve funcionar “indoor”, mas é dedicado exclusivamente para a caminhada fora de casa. A solução também ainda não é capaz de considerar mapas offline, e funciona principalmente em tênis.
O principal público-alvo da companhia é atingir 12 milhões de pessoas, globalmente, que tenham baixa visão. Inicialmente, a companhia vai começar com 1,45 milhão de pessoas que têm essa condição no Japão. Informações divulgadas recentemente apontam que a solução estará disponível por um modelo de assinatura, que deve custar entre 18 e 27 dólares, além do custo de aquisição do dispositivo (que ainda não foi divulgado).
A corrida por outras soluções similares existe, com diferentes apps no mercado: Aira, Seeing AI, Eye-D, Ubook e CPqD Alcance, por exemplo. Além disso, a Samsung criou há alguns anos um aplicativo destinado ao mesmo público, chamado Rélúm, que funcionava em conjunto com o Gear VR, óculos de realidade virtual da empresa.
Ainda não há previsão de chegar ao Brasil, apesar de ser um mercado com potencial para ser explorado. De acordo com dados de 2010 do IBGE, 6.056.654 pessoas têm baixa visão ou visão subnormal no país.