Em linhas gerais, seria a substituição dos shorts das garçonetes por algo parecido com uma calcinha (Hooters/Divulgação)
Da Redação
Publicado em 18 de outubro de 2021 às 18h53.
Última atualização em 19 de outubro de 2021 às 16h54.
A rede de restaurantes Hooters voltou atrás em uma polêmica decisão: a de diminuir ainda mais os shorts das garçonetes que trabalham nas lojas da marca. Depois de críticas das próprias funcionárias a respeito do novo uniforme, a companhia afirmou ao Business Insider em nota que, "à medida que avança na missão de atualizar a imagem das 'Hooters Girls', elas têm a opção de escolher entre uniformes tradicionais ou novos".
Ainda segundo a nota enviada ao Business Insider, a empresa decidiu tomar a decisão de abrir a possibilidade de escolha a respeito do que melhor se encaixar "no estilo corporal e imagem pessoal" de cada uma delas.
Vale lembrar que a Hooters sempre teve o estereótipo de ser uma rede focada em trazer mulheres em roupas sensuais (contando, em grande medida, que isso colaboraria para atrair a clientela masculina), mas recentemente enfrentou problemas financeiros para continuar. Em 2019, a rede encerrou as atividades no Brasil, como parte da redução global do número de restaurantes da marca. Se em 2000 eles eram quase 400 restaurantes, em 2011 esse número já tinha sido reduzido em quase 25% e, em 2016, mais 7% das unidades foram fechadas.
"Como parte da ambientação e do entretenimento da rede está ligada às garotas Hooters, a rede atrai um público mais masculino, mais machista". Segundo Fernando Cardoso, consultor do setor de alimentação da AGR Consultores, essa imagem limita o crescimento da empresa,
Mesmo assim, como mostra a decisão inicial tomada pela companhia neste ano, a aparência física das "Garotas Hooters" ainda é um dos aspectos mais controlados pela companhia. Uma matéria publicada em 2015 pela EXAME, mostrou que esse foco excessivo na aparência física traz consequências negativas para elas, principalmente na saúde mental.
Na época, um estudo da universidade do Tenessee, dos Estados Unidos, em que mais de 250 funcionárias falaram sobre suas experiências no trabalho, mostrou que quanto maior a objetificação sexual das garçonetes, maior a sua insatisfação com o trabalho.