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Quem matou 'Odete Roitman'? Como o assassinato da vilã de 'Vale Tudo' movimentou o Brasil em 1988

Mistério em torno da morte da personagem mobilizou campanhas e impulsionou até o jogo do bicho há 35 anos

"Vale Tudo": Odete Roitman foi a vilã de um dos maiores sucessos da teledramaturgia (TV Globo/Reprodução)

"Vale Tudo": Odete Roitman foi a vilã de um dos maiores sucessos da teledramaturgia (TV Globo/Reprodução)

Mateus Omena
Mateus Omena

Repórter

Publicado em 30 de março de 2025 às 13h00.

Última atualização em 30 de março de 2025 às 22h09.

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Quem matou Odete Roitman? Esse foi a grande pergunta que muitos brasileiros fizeram na reta final de "Vale Tudo" durante sua exibição na TV Globo, entre 1988 e 1989.

A morte de uma das vilãs mais icônicas da teledramaturgia brasileira, interpretada por Beatriz Segall, gerou enorme repercussão nacional. O elenco da novela ainda contou com grandes nomes como Glória Pires, Regina Duarte e Antônio Fagundes.

Agora, uma nova versão da trama chega à Globo nesta segunda-feira, 31 de março. Desta vez, a antagonista será vivida por Debora Bloch, trazendo um novo mistério em torno do personagem responsável pela morte de Odete Roitman. A autora Manuela Dias já adiantou que a identidade do assassino será diferente da versão original.

Como o assassinato da vilã impactou o país?

Odete Roitman foi assassinada a tiros no capítulo exibido na noite de Natal de 1988. No entanto, a cena não revelou a identidade do autor dos disparos, mergulhando o país em uma onda de especulações.

O mistério permaneceu até o episódio final, transmitido em 6 de janeiro de 1989. Para evitar vazamentos, os autores Gilberto Braga, Aguinaldo Silva e Leonor Bassères adotaram medidas rigorosas: enviaram os roteiros com sete páginas faltando para o elenco e gravaram cinco desfechos diferentes, cada um com um assassino distinto. Todas as versões foram filmadas na manhã do dia da exibição e editadas às pressas, garantindo que nem mesmo os atores soubessem qual cena iria ao ar.

O suspense coroou uma novela que já vinha conquistando o público. Raquel (Regina Duarte) popularizou bordões como "te mete" e "o sangue de Jesus tem poder", enquanto Maria de Fátima (Glória Pires) se consolidou como a "filha mais ingrata da TV". Heleninha Roitman (Renata Sorrah) também marcou a trama, tornando-se um símbolo da luta conta o alcoolismo. Mas foi Odete Roitman quem roubou a cena, sendo odiada pelo Brasil inteiro – até que sua morte se tornou o maior segredo do país.

O sigilo em torno da identidade do assassino gerou intensa comoção, movimentando conversas, campanhas publicitárias e até apostas no jogo do bicho. Segundo uma reportagem do jornal O Globo publicada em 31 de dezembro de 1988, chefes da contravenção decidiram lucrar com o mistério, aceitando palpites sobre quem teria matado a vilã. No Rio de Janeiro, cerca de 40 mil pessoas já haviam feito suas apostas, segundo um banqueiro ligado ao bicheiro José Petrus Khalil, o Zinho, então chefe do jogo ilegal no Centro da cidade.

Na noite de 6 de janeiro de 1989, o público finalmente descobriu a verdade: Leila, interpretada por Cássia Kiss, foi a responsável pelo crime. A personagem atirou em Odete Roitman por engano, acreditando que estava mirando em Maria de Fátima. Curiosamente, Leila não estava entre os principais suspeitos, e a própria atriz só soube que sua cena iria ao ar no momento da exibição.

Cássia Kiss completava 30 anos naquele dia e ainda buscava um papel de maior destaque na TV. "Gravei o dia todo e fiz questão de assistir à cena junto com milhões de espectadores", relembrou. "Trabalhei fazendo o melhor que pude, mesmo sem saber se o resultado seria ideal. Mas me considero pé quente por pegar personagens que, no começo, parecem menores, mas acabam ganhando força."

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